Você ainda evita conflito?
Atualmente tenho notado que a mentalidade moderna de alguns, tem se mostrado um tanto mimada, gerando pessoas que se sentem merecedoras de resultados, rápidos, sem esforço e nem conflitos. Caso contrário, estressam! Vivem uma espécie de delírio que as fazem acreditar que o mundo gira em torno e em função delas. Algumas agem dessa forma, não por se acharem melhores do que as outras, mas sim, porque acreditam que devem ser incríveis para serem aceitas em um mundo que apenas valoriza o extraordinário como norma, senão tornam-se perdedoras aos olhares externos.
Conflitos advêm das diferenças entre duas ou mais pessoas que estão em desacordo quanto a ideias, desejos, valores, motivações, posicionamento ou percepções. No entanto, existe sempre a grata possibilidade de se respeitar e considerar as necessidades dos envolvidos visando à manutenção saudável das relações e com isso, evitar rompimentos desnecessários.
Em meu cotidiano como Coach e Psicoterapêuta, observo inúmeras pessoas, emocionalmente frágeis, que se esforçam para não criar ou mesmo participar de conflitos, pois não acreditam que nada de bom possa surgir deles e também, porque desejam serem percebidas como: amistosas, cordatas, agradáveis e “do bem” e não como desagregadoras ou “encrenqueiras”.
Esse perfil e atitude são comuns àqueles que sentem necessidade de se auto afirmar e reproduzem a crença de que para serem amados, considerados e aceitos, precisam agradar os outros, muitas vezes, a qualquer custo. Geralmente, o foco de sua energia, atenção e esforço realizador, não residem em si, mas sim, são direcionados aos outros. Não demonstram auto respeito e nem se priorizam. Alguns chegam a renunciar aos seus próprios desejos e necessidades para satisfazerem os dos outros. Tais comportamentos mascaram suas reais intenções: evitar conflitos, não ser julgado e não vir a ser rejeitado.
Se o perfil acima lhe é familiar, reserve um momento adequado e reflita:
O que verdadeiramente te faz evitar conflito?
O que sente quando percebe a eminência de um conflito?
Qual sua postura e ação vivendo um conflito?
Como se sente após participar de um conflito?
O que você ganha enfrentando um conflito?
O que você ganha evitando um conflito?
O que você perde enfrentando um conflito?
O que você perde evitando um conflito?
Suas respostas favorecerão a percepção da realidade em que vive e, sendo necessário, procure um Psicólogo ou Coach para apoia-lo nas mudanças de atitude visando uma maior assertividade.
Noto que muitos ainda evitam opinar ou discordar de outros em discussões pessoais ou profissionais, para não gerarem conflito, em alguns casos chegam a se anular para evitar a possibilidade de rejeição.
O conflito é uma possibilidade natural e inevitável nas relações humanas. Ele pode ocorrer em diversas circunstâncias devido aos diferentes tipos de visão, opinião, pontos de vista, valores e formas de pensar, sentir e agir. Cada um de nós é único. Logo conceitos dicotômicos (certo/errado; bem/mau; bom/ruim; bonito/feio, etc), são relativos, pois dependerão sempre do referencial de quem qualifica. O que considero correto e adequado para mim pode não ser para você. Pergunto quem está “errado”?
Quando conflitos ocorrem nas empresas, podem causar queda de produtividade e desmotivação dos funcionários. Cabe a responsabilidade a equipe de trabalho, e principalmente ao líder, identificarem os conflitos e resolvê-los de maneira adequada.
Conflitos advém basicamente da divergência de opinião entre duas ou mais pessoas a cerca de um assunto ou tomada de decisão na esfera pessoal ou profissional.
Na maioria das vezes os conflitos surgem entre pessoas que estão operando predominantemente sob estado emocional, onde misturam facilmente, conteúdos pessoais (necessidades intrínsecas) com aspectos de seu cotidiano profissional.
Conflito é diferente de confronto: Em uma simples situação cotidiana em que é percebido que alguém defende seu ponto de vista em contraposição a outro que discorda e, é nítido que nenhum dos dois pretende flexibilizar ou mudar de ideia, isso já não se trata de um conflito de ideias, mas sim de confronto entre pessoas.
No conflito, existe uma maior predisposição dos envolvidas a defenderem seus pontos de vista, mas mantendo a intenção de preservar a continuidade da relação saudável. Já no confronto, identifica-se facilmente o componente hostil (sangue nos olhos), em que as pessoas se opõem no plano pessoal sem se preocupar, no calor do embate, com possíveis consequências desastrosas.
Atitudes frente a conflitos: Basicamente existem duas possibilidades atitudinais: passiva/ pacífica ou ativa/ agressiva.