Que o desemprego é a palavra mais falada, comentada e anunciada da atualidade, todos nós já sabemos. A maioria das pessoas já conhece o impacto social e econômico que o desemprego provoca. No entanto, numa conversa com um amigo médico, ele me chamou a atenção para um fato; é o  nível psicológico que o desemprego desencadeia nesse pessoa , com  consequências graves que condicionam o quotidiano de quem sempre viveu trabalhando.

A nível nacional nunca as taxas de desemprego foram  tão elevadas, abalando o equilíbrio emocional das pessoas afetadas por ele.

Embora o custo econômico do desemprego seja elevado, não há valor monetário que traduza adequadamente o custo humano e psicológico dos extensos períodos de desemprego.

Consequências Psicológicas e Sociais do Desemprego:

 Os longos períodos de desemprego traduzem-se em mal-estar psicológico, intimamente ligado à deterioração do seu bem-estar físico, bem como à desagregação social:

·         Transtornos mentais leves,

·         Depressão,

·         Diminuição da autoestima,

·         Sentimento de frustração e insatisfação com a vida,

·         Dificuldades cognitivas.

Estas são as principais consequências psicológicas, provocadas por uma situação de desemprego prolongado.

Ao desemprego estão, também, associados o aumento dos casos de violência conjugal e um novo conceito de pobreza, à qual podemos denominar de “ pobreza envergonhada”, talvez a mais difícil de ser gerida ou vivenciada pelas próprias pessoas. No contexto da família, o desemprego provoca desestruturação e desorganização familiar, sendo as crianças as principais vitimas desta situação.

Pode-se, então, afirmar que mais do que um problema meramente económico, o desemprego elevado é um problema psicológico e social. Desta forma, é fundamental que a análise e avaliação do desemprego ultrapassem a lógica puramente econômico, englobando também a própria pressão psicológica que dado fenômeno promove sobre o desempregado.

O Que fazer em situação de desemprego?

 Esse médico amigo meu falou que não existe uma solução rápida ou uma alternativa imediata que permita resolver a situação de desemprego. Realmente somente o emprego mesmo. Mas enquanto ele não aparece, é possível atenuar o sentimento de desespero de quem se encontra nessa fase.

O mais importante é não nos deixar invadir por um pensamento negativo e destrutivo e continuar a procurar trabalho com insistência. Alternativa poderá passar por aceitar um trabalho que antes era visto como impensável ou mesmo considerado como estando abaixo das nossas capacidades.

Do mesmo modo, é também muito importante, tendo em consideração a questão da autoestima, não perder contatos, não se fechar, não se esconder, evitar o isolamento.

Estabelecer um programa de treino físico e mental (não cair na inércia, manter-se em forma).

Quem vive só deve procurar permanentemente contatos, criar pontos fixos de referência para o seu bem estar psicológico.

Ter cuidado com medicamentos de influência psicológica (administrá-los só segundo receita médica), sobretudo no que diz respeito a fármacos como anti depressivos, entre outros, que provocam graves níveis de dependência, diminuindo a capacidade de iniciativa e de dinamismo das pessoas que os tomam de forma prolongada.

O recurso a técnicas de relaxamento ( yoga, descontração muscular progressiva e etc. ), ajudam na organização do pensamento e contribuem para um bem estar físico e psicológico;

Organizar atividades físicas diárias durante o dia. Estas atividades surtem um grande efeito em casos de depressão e angústia.

Fazer diariamente um bom percurso a pé deve fazer parte do plano de ocupação diária, para se manter física, psicologicamente em forma. Esta atividade é de extrema importância para as pessoas que foram afastadas  do trabalho com estrutura rígida associada a um espirito de procura ativa de trabalho que deverá ser mantido

Mantém-te atualizado. Verifique as tendências e as novidades na tua área. Se não tiver dinheiro para fazer um curso, pode aproveitar para ler publicações, artigos e notícias na internet. Alias tem vários cursos bons e de graça.

Seja voluntario. Isso vai ajudar você a ficar fora de casa e com um propósito nobre, de ajudar as pessoas.  Além de trazer oportunidades de fazer novos contatos e exercitar  as tuas competências e habilidades.  E também o voluntariado é visto com bons olhos pelas empresas. Os empregadores ficarão satisfeitos ao ver que você usou o seu tempo  de forma útil e solidária.

Não deixe o lado negro do desemprego destruir o que você tem de melhor. Fortaleça! Você é mais forte que tudo isso. Pense em você, na sua família. Você é mais que tudo isso. E nunca desanime. Você ainda tem muito lenha para queimar.

Abraços!!