Há muitas fontes de informações que seu médico pode usar para estabelecer seu plano de tratamento. A maioria desses testes e estratégias de avaliação foram discutidos na sessão estadiamento. Nessa seção do nosso guia, vamos discutir e apresentar outros aspectos importantes que também vão influenciar a tomada de decisão e escolha o melhor tratamento em cada caso. Expectativa de vida Para ajudar a definir quais tipos de testes e tratamentos você precisa, seu médico tenta fazer uma estimativa da probabilidade de anos que você terá pela frente. A isso chamamos cálculo da expectativa de vida. Ter essa conversa com seu médico inicialmente pode ser difícil. Até porque não existem respostas matemáticas e absolutas para cada pessoa. O cálculo é feito através de estimativas populacionais fornecidas pelo IBGE, além de características próprias da sua saúde como: hipertensão, diabetes, obesidade, tabagismo e outros problemas que você possa ter apresentado no passado. Esta avaliação é importante porque o câncer de próstata frequentemente cresce lentamente. Se você é uma pessoa que possui uma idade avançada ou tem muitos problemas de saúde associados, a probabilidade de morrer em decorrência de outra doença, que não o câncer de próstata, fica cada vez maior. Em situações como essa, se o câncer não está causando qualquer sintoma ou ameaça à sua saúde, um simples acompanhamento periódico pode ser a melhor estratégia no seu caso. Dessa forma é muito importante que você e seu médico tenham uma conversa franca e aberta a respeito dos benefícios e riscos relacionados à doença, ao próprio tratamento e a sua expectativa de vida. Categorizando o câncer em grupos de risco Para o planejamento do melhor tipo de tratamento no seu caso, seu médico precisa saber o seguinte: O quanto o câncer de próstata se disseminou pelo corpo? Qual a velocidade de crescimento do câncer? Qual a probabilidade do câncer responder ao tratamento? Qual a probabilidade do câncer retornar após o tratamento inicial? Contudo, boa parte dessas perguntas só podem ser respondidas após a remoção das células do câncer. Além disso, o seu acompanhamento nas consultas após o tratamento servem de monitoração constante para a detecção precoce de um possível retorno da doença. Para transformar isso em números, seu médico utilizará ferramentas matemáticas para estimar o risco da doença retornar, assim como a probabilidade de resposta a um determinado tipo de tratamento, como cirurgia ou radioterapia, por exemplo. Grupos de risco Essa classificação faz o agrupamento das diversas formas de agressividade do câncer de próstata de acordo com características biológicas similares. Dividimos a doença nas seguintes categorias: Muito baixo risco Baixo risco Risco intermediário Alto risco Muito alto risco Prognóstico e as chances de cura são influenciados diretamente pelo tipo de categoria de risco em que o câncer se enquadra. Nomograma Nomogramas são ferramentas matemáticas mais complexas que utilizam vários parâmetros como: sua saúde, resultados laboratoriais e características de agressividade do próprio câncer, para estimar o risco da doença romper os limites da próstata ou mesmo disseminar para outras partes do corpo. Essa avaliação mais precisa favorece uma avaliação individualizada de cada caso. Os nomogramas são geralmente mais utilizados em contextos de estudos científicos, mas em algumas situações podem ajudar seu médico a tomar a decisão por um determinado tipo de tratamento. Avaliação através de nomogramas também pode definir se durante a cirurgia para remoção da próstata você necessita da remoção dos gânglios linfáticos de forma concomitante. Isso é importante porque nos casos de câncer de próstata de baixa agressividade, diagnosticados em fases iniciais, nos quais o nomograma indica uma baixa probabilidade da doença ter disseminado para os linfonodos (gânglios), a sua remoção cirúrgica pode ser evitada. Essa avaliação antes da cirurgia ajuda a minimizar os riscos de acúmulo de linfa no abdome, deixando a remoção dos gânglios apenas para os casos que realmente necessitam. Testes moleculares Além do PSA, existem outros testes que detectam alterações nos genes ou proteínas anormais produzidas na presença do câncer de próstata. Essas proteínas anormais podem ser detectadas tanto no tecido removido na biópsia, na urina ou mesmo no sangue. Essa é uma área que vem sendo alvo de grande interesse da pesquisa médica nos últimos anos. Dr. Bruno Benigno CRM 126265 www.consulteumurologista.com Fone: 11-3258-5666