Em meu cotidiano profissional, observo que a procrastinação ainda é o maior sabotador do sucesso e realização pessoal e profissional para muitos.

Procrastinar tem sua origem no latim: procrastinare, ou seja: deixar para outro dia, ou para um tempo futuro, por motivos repreensíveis; adiar. Adiamos ao máximo possível algo que poderíamos ter começado agora.

A procrastinação é um comportamento esperado e normal ao ser humano. Contudo, pode ser prejudicial quando dificulta ou impede o funcionamento de rotinas pessoais ou profissionais de uma pessoa, inferindo diretamente em sua qualidade de vida.

Procrastinar é o simples ato de adiamos a execução de qualquer tarefa, da mais simples a mais complexa. O maior problema da procrastinação, em termos psicológicos, é que a pessoa que procrastina, adquiriu este hábito com sua repetição e constantemente deixa tudo para depois. Consequentemente, após algumas semanas, a pessoa acumulou uma lista enorme de pendências que já deveriam ter sido resolvidas, gerando assim, desmotivação ainda maior para entrar em ação.

Exemplificando: Suponhamos que eu precise estudar diariamente um capítulo de um livro que tem 100 capítulos e eu espero terminar o estudo em 100 dias. Logo, significa que estudarei um capítulo por dia. Simples assim! Caso eu procrastine, já no primeiro dia, deixo para iniciar no segundo dia. Logo, no segundo dia, terei que estudar dois capítulos. Começo a sentir um desconforto com minha atitude, mas a ignoro. Decido começar no terceiro dia, pois hoje não estou muito afim e também, “estou muito ocupado” com outras coisas. Desta forma, cria-se a acumulação de tarefas e imagine isto em 30, 60 e 90 dias!

Quando procrastinamos deixamos de fazer algo ou mesmo, não lidamos com nossas prioridades. Faça uma autoanalise e verifique em quais momentos você procrastina. Existem técnicas, livros e artigos como este, sobre como enfrentar e se livrar da procrastinação.

Outro aspecto interessante para pensar é que sempre estamos em atividade, fazendo algo. Por mais que deseje, não há como não fazer nada. Minimamente você está respirando e com isso terá sensações corporais, sentimentos e pensamentos que vem e vão. Logo, o adiamento de uma ação, a procrastinação é exatamente isso: Escolher fazer uma coisa não importante agora e deixar de fazer o mais importante - prioritário.

PRINCIPAL CARACTERÍSTICA DE UM PROCRASTINADOR: Geralmente apresentam forte traço hedonista = focado na busca pelo prazer. Comumente evitam situações que causam desprazer, e assim, criam e se ocupam com situações prazerosas. Esses procrastinadores se recusam a renunciar ao princípio do prazer, em vez de sacrificarem-se no princípio da realidade, em termos Freudianos.

 

TIPOS DE PROCRASTINADORES:

O analítico: Na frente de seu computador, abre um documento qualquer e faz aquela cara de conteúdo. Enquanto mantém sua postura “concentrada” e séria, ele pensa na vida, no carro novo que deseja, no jantar à noite, no próximo happy hour, nos compromissos do fim de semana. Enfim, sonha à vontade, mas sem ação direta e nem realização alguma. Pensa em tudo, menos no trabalho a ser realizado qual, já deixou para depois.

O proativo: É o tipo agitado que sai de sua mesa e anda por várias áreas da empresa, com o seu cronograma em mente: 10 minutos para tratar das coisas do trabalho e os outros 110 minutos restantes para organizar o churrasco do fim de semana com a galera, tomar um cafezinho amigo e fazer o seu marketing pessoal. Após duas horas, retorna à sua mesa alardeando sobre as várias dúvidas que resolveu e como conseguiu esclarecer os inúmeros processos.

O bem relacionado: Aquele que é naturalmente gregário e gosta muito de uma boa conversa. Esse procrastinador de sucesso foca suas ações em fazer inúmeros contatos, visando ampliar o seu networking em cada empresa onde trabalha.

O líder nato: Bem articulado, possui boa retórica e a utiliza com propriedade em cada reunião que participa. Em seu cotidiano, busca formas de distribuir suas tarefas entre os colegas. Responsabiliza-se pela tarefa mais fácil para disfarçar e alardeia o quanto é "grande o seu esforço para realizar essa árdua tarefa". Ao final, seus colegas fizeram 90% do trabalho do procrastinador, mas ele evoca sua educação e habilidades políticas e "agradece pela importante ajuda". E afirma:  isso que é trabalho em equipe.

O esforçado: É o procrastinador contumaz, concentra-se ao máximo para não trabalhar.

O intenso: Intencionalmente exagerado descreve seus feitos, sempre como "uma grande contribuição para a melhoria dos processos de negócio da empresa". Refere-se a uma tarefa comum como um "projeto". Solicita um prazo de cinco dias para realizar uma tarefa que ocuparia duas horas de seu tempo. Enquanto isso se ocupa com outras preocupações e interesses pessoais, também passíveis de procrastinação.

O realizador: Concentra-se exclusivamente para capitalizar os resultados e a fama pelas realizações alheias.

O empreendedor: O procrastinador de sucesso incorpora a história de que a empresa é o nosso segundo lar. Desta forma, utiliza a empresa como seu próprio home office, usa e abusa dos recursos: secretária, mensageiro, telefone e internet por muitas horas do dia para resolver seus assuntos particulares.

O astuto: Atento e inteligente capta quando as pessoas já reparam à sua procrastinação. Assim sendo, atualiza seu currículo e procura outro emprego, onde possa utilizar suas “armas” para galgar outras oportunidades até chegar ao cargo de gestor, seu grande sonho.

PRINCIPAIS CONSEQUENCIAS: Para o procrastinador, esse comportamento gera estresse, sensação de culpa, perda de produtividade e vergonha em relação aos demais, por não conseguir cumprir com suas responsabilidades e compromissos. Os principais resultados obtidos são: desmotivação, frustração, limitação e estagnação.

É necessária especial atenção com o estímulo mantenedor e fortalecedor do hábito de procrastinar, que é a sensação de prazer em postergar - deixar pra depois. Em casos mais graves pode ser um problema difícil de ser solucionado sozinho.

 

Aviso: Os textos e conteúdos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do About Me.