Nós humanos, indistintamente, vivemos momentos desafiadores, sérios, tensos e com conteúdo significativo que, muitas vezes, tal vivência vai além de nossa força, conhecimento, capacidade e condição de lidar com o momento, sozinho. 

Essa é a hora que podemos e, até devemos nos aconselhar com uma pessoa de confiança e mais experiente, que tenha vivido situação semelhante ou mesmo buscar ajuda profissional qualificada de acordo com a situação. 

Pode parecer óbvio e banal, mas na verdade, não é. Algumas pessoas acreditam que são fortes, “infalíveis”, independentes e autossuficientes, talvez sejam mesmo. No entanto, interpretam a situação, com base em suas crenças que, quem pede ajuda, é fraco e inseguro, pois não consegue resolver os seus próprios problemas sozinhos. Ok entendi! Onde está escrito isso? Não está, é só uma crença de quem age assim! Trata-se apenas da visão disfuncional e limitada pela falta de humildade, que mantém a crença aprendida, não questionada, atuando na mente de alguns. 

Para assumir o fato de que precisa e aceitar a possibilidade de pedir ajuda, é necessário desvestir-se da: autocobrança, resistência a realidade, orgulho, culpa, perfeccionismo e arrogância, para então mudar sua atitude para uma mais funcional, positiva e libertária. 

É difícil para alguns, pedir e aceitar ajuda. 

Existem inúmeras razões pelas quais muitas pessoas deixam de pedir ajuda e tais razões variam de pessoa para pessoa. 

Se cobrar demais pode ser positivo e nos levar para frente, mas também, pode ser uma grande armadilha e levar à exaustão. Atenção! Demonstrar vulnerabilidade, não nos torna mais fracos, muito pelo contrário, nos torna mais fortes, quando isolamos o nosso Ego e agimos apenas como humanos falíveis. 

Muitos afirmam ou querem ser “fodões” em tudo! Ok, de ilusão, também se vive! Já outros reconhecem sua vulnerabilidade pontual e lidam com seus limites e impotência, frente a uma situação, como a melhor opção disponível no momento.

 

Algumas das principais razões de pedir e aceitar ajuda:

Orgulho: Pode ser uma barreira significativa. Alguns têm dificuldade em admitir que precisam de ajuda, pois associam isso a uma crença de fraqueza ou incompetência.

Medo de julgamento: O receio de ser julgado por outros pode levar alguns a evitar pedir ajuda. O medo do que os outros possam pensar ou dizer, pode criar uma hesitação em compartilhar suas necessidades ou dificuldades. 

Independência excessiva: Alguns valorizam muito a independência e assim, resistem a ideia de depender dos outros. Eles podem temer que pedir ajuda seja interpretado como insegurança e perda de capacidade ou autonomia. 

Vulnerabilidade: Pedir ajuda muitas vezes envolve ser vulnerável e admitir que não tem todas as respostas e que vive um momento de impotência. Para alguns, expor suas fraquezas ou desafios pode ser desconfortável ou inaceitável. 

Experiências passadas negativas: Traumas passados de rejeição ao pedir ajuda, podem influenciar o comportamento futuro. Quando se teve experiências negativas ao buscar apoio no passado, criará em alguns, uma resistência para pedir ajuda novamente no presente. 

Desconfiança: Alguns têm dificuldade em confiar nos outros. O receio ou medo de serem desapontados, traídos ou de terem a vulnerabilidade mal interpretadas pode impedi-los de buscar ajuda. 

Cultura ou normas sociais: Em algumas culturas, pedir ajuda pode ser visto como algo desfavorável. Normas sociais específicas podem influenciar a disposição das pessoas em buscar apoio externo ou não. 

Conhecimento sobre recursos disponíveis: Às vezes, as pessoas não pedem ajuda simplesmente porque não conhecem os recursos disponíveis ou não sabem como acessá-los. 

Autoimposição de pressão: Alguns se impõem uma pressão excessiva para lidar com tudo sozinhas, Eu tenho que...! Sentem que é sua responsabilidade resolver todos os seus problemas sem ajuda externa, como significado de competência. 

Compreender essas razões, ajuda a promover uma cultura de aceitação e encorajamento em relação a pedir ajuda. É importante frisar que pedir ajuda não é um sinal de fraqueza, mas sim uma atitude corajosa em direção ao autodesenvolvimento e à construção de relacionamentos saudáveis. 

A importância de pedir ajuda quando necessário. 

Pedir ajuda quando necessário é uma habilidade vital para o bem-estar emocional e a construção de relacionamentos saudáveis. Algumas razões que destacam a importância de pedir ajuda:

Resolução de problemas: Pedir ajuda permite que você obtenha diferentes perspectivas e possibilidades de soluções para os desafios que enfrenta. Outras pessoas podem ter um outro olhar, experiências ou conhecimentos que você não possui, contribuindo assim para uma abordagem mais abrangente na resolução de seus problemas. 

Crescimento pessoal: Aceitar que você não tem todas as respostas e buscar ajuda é uma parte importante do crescimento pessoal. Isso faz com que você reconheça suas limitações e esteja aberto a aprender com os outros. 

Construção de relacionamentos: Pedir ajuda fortalece os vínculos interpessoais. Quando você pede ajuda, está demonstrando confiança e abertura para se conectar com os outros. Isso pode fortalecer os relacionamentos, criando uma base de confiança e apoio mútuo. 

Alívio do estresse: Tentar enfrentar tudo sozinho pode ser esmagador e estressante. Pedindo ajuda, você compartilha a carga emocional e pode aliviar o estresse associado aos desafios ou situações difíceis. 

Aprendizado e desenvolvimento: Ao pedir ajuda, você tem a oportunidade de aprender com a experiência e conhecimento de outros. Isso contribui para o seu desenvolvimento pessoal e profissional. 

Promoção da saúde mental: Falar sobre suas preocupações e emoções, com quem confia, é terapêutico de certa forma. Pedir ajuda para as questões emocionais ou de saúde mental é fundamental para a promoção do bem-estar psicológico. 

Eficiência: Em muitas situações, pedir ajuda acelera a conclusão de tarefas ou a resolução de problemas. A colaboração frequentemente leva a resultados melhores e mais eficientes do que tentar fazer tudo sozinho, por mero orgulho. 

Fomento da empatia: Pedir ajuda cria oportunidades para os outros praticarem a empatia e o apoio. Ao permitir que as pessoas te ajudem, você está fortalecendo a conexão humana e incentivando um ambiente de apoio mútuo. 

Contudo, pedir ajuda não é sinal de fraqueza, mas sim uma demonstração de coragem, autoconhecimento e resiliência. É uma habilidade social e emocional valiosa que contribui significativamente para uma vida mais equilibrada e satisfatória aos envolvidos. 

Como desenvolver a habilidade de pedir ajuda?

Desenvolver tal habilidade, é um processo gradual, de uma habilidade valiosa para o crescimento pessoal e a construção de relacionamentos saudáveis. Seguem algumas sugestões para desenvolver tal habilidade: 

Reconheça a importância: Aceite o fato de que pedir ajuda não é sinal de fraqueza, apenas uma demonstração de coragem e autenticidade. Lidar coma realidade, de que ninguém tem todas as respostas o tempo todo é um passo fundamental no processo de pedir ajuda. 

Supere o orgulho: Reconheça e lide com o seu próprio orgulho e esteja disposto a superá-lo. Aceite que todos precisam de ajuda em algum momento da vida e que pedir ajuda não diminui o seu valor como pessoa. 

Entenda suas necessidades: Desenvolva autoconhecimento para entender suas próprias necessidades e limitações. Quando você compreende suas áreas de desafio, torna-se mais fácil identificar quando é necessário pedir ajuda. 

Crie uma rede de apoio: Cultive relacionamentos saudáveis e construa uma rede de apoio. Ter pessoas confiáveis ao seu redor, pode facilitar o processo de pedir ajuda quando necessário. 

Pratique a comunicação assertiva: Desenvolva habilidades de comunicação assertiva para expressar suas necessidades de maneira clara e respeitosa. Isso envolve ser direto sobre o que você precisa sem ser agressivo ou passivo. 

Estabeleça limites: Identifique quando seus próprios limites foram atingidos e não hesite em pedir ajuda antes de se sentir completamente sobrecarregado. Estabelecer limites saudáveis para si, é uma parte importante do autocuidado. 

Reconheça o valor da colaboração: Compreenda que a colaboração, por vezes, leva a resultados mais eficazes do que teimar em fazer sozinho. Aceite que diferentes perspectivas e habilidades, enriquecerão a abordagem para resolver os problemas. 

Comece pequeno: Se pedir ajuda é algo desafiador para você, comece com situações mais simples. Isso envolve pedir ajuda em tarefas cotidianas ou em questões de menor importância. À medida que essa nova atitude se torna mais confortável para você, será mais fácil pedir ajuda em situações mais desafiadoras.

Aprenda com experiências passadas: Reflita sobre experiências passadas em que você pediu ajuda e analise como essas interações foram positivas. Isso pode encorajá-lo a buscar ajuda novamente quando necessário. 

Busque ajuda profissional se necessário: Se você estiver lidando com questões mais complexas, como problemas emocionais ou de saúde mental, não hesite em procurar ajuda profissional. Psicólogos e outros profissionais existem para apoiá-lo. 

Lembre-se de que pedir ajuda é uma habilidade que pode ser aprimorada ao longo do tempo. Seja gentil consigo mesmo durante esse processo e reconheça que todos estão em constante aprendizado, inclusive você!

 

Marcio Caldellas – Psicólogo clínico (Comportamental & Psicodramatista), Career & Executive Coach certificado pela Sociedade Brasileira de Coaching e BCI – Behavioral Coaching Institute – USA. Analista de Perfil Comportamental com sólida carreira desenvolvida em Executive Search como Headhunter, atuando com posições executivas. www.mcdesenvolvehumano.com.br