Vagas confidenciais e suas razões!
É bastante comum me perguntarem o motivo pelo qual muitas vagas são anunciadas como confidenciais ou sem o nome da empresa, sendo descrito apenas "segmento XPTO" ou outros formatos.
Abaixo, coloco algumas razões pelas quais isso acontece (não matem a mensageira):
(Já vou começar com as polêmicas !!!!!!).
1. Sim, algumas empresas e consultorias (não idôneas) divulgam vagas falsas apenas para captar e-mails de candidatos ou ainda currículos para banco de dados. Isso acontece muito quando o foco é vender serviços para clientes individuais (e não exatamente a empresa tem uma vaga aberta) ou, quando a Consultoria de RH é nova e deseja montar banco de dados para começar a oferecer às empresas contratantes material para atração e seleção de candidatos. Isso acontece e não adianta me xingar, brigar com o mundo ou se revoltar. Menos mi mi mi, menos buscar culpados e mais ação. A opção da montagem de banco de dados é até menos grave, mas, prefiro que a empresa seja honesta, divulgue que está iniciando no mercado e montando banco de candidatos. Porém, o mundo não é como eu gostaria que fosse.
2. A vaga é confidencial, pois, é uma nova posição e ainda está em avaliação quando ao salário e escopo – não deveria, mas, sim acontece. Algumas vagas - assim como pessoas são chamadas para testar produtos em fase de desenvolvimento - são anunciadas para “sentir a audiência” e, por meio das respostas (CVs cadastrados) vai se entender o mercado, formação, perfil dos candidatos, empresas que estes candidatos trabalharam (concorrentes, por exemplo) e outras informações. Compreendendo o perfil, competências técnicas apresentadas e principais requisitos, a vaga (esta sim, verdadeira) começará a ser trabalhada pela empresa e então os aprovados na triagem receberão um contato da empresa para a seleção. Com este termômetro, a empresa sentiu o mercado e pode começar a oferecer a posição de maneira mais realista. Isso não é de todo ruim, pois, pelo menos quando a empresa ligar para oferecer a vaga, serão apresentados os requisitos mais próximos da realidade.
3. Algumas empresas simplesmente não querem colocar o @nomedaempresa na divulgação, pois, não desejam que os candidatos entrem diretamente em contato com colaboradores ou com a organização, fazendo então o processo a partir de um @gmail, por exemplo ou ainda por meio de alguma Consultoria de RH que vai ser responsável pelo processo. Antes que você estranhe, saiba que isso não acontece apenas devido à má fé das empresas, mas, algumas, realmente não têm estrutura (recursos humanos) para atender todos que entrarão em contato, então, preferem não colocar seus nomes no anúncio. Algumas empresas têm poucos colaboradores no RH e esses não conseguem dar conta de tudo.
Outros motivos:
4. A empresa terceiriza o seu processo de Seleção e este é feito por uma consultoria parceira que, devido à relação comercial, não abre o nome da empresa, tendo em vista que ganhará (assim como qualquer outro serviço) pelo “fechamento” daquela vaga. Traduzindo, a empresa parceira será responsável por todo o processo seletivo até a apresentação dos finalistas, recebendo o valor acordado caso a vaga seja fechada com algum dos seus candidatos. Sendo assim, o nome da empresa só será informado aos candidatos quando já se encontrar na fase final, a da entrevista com o requisitante da vaga. Esse processo é mais antigo do que andar para frente e não é ruim tendo em vista que haverá uma empresa dedicada ao processo e aos candidatos. Há muitas boas consultorias no mercado, que dão feedback, tem procedimentos éticos e trabalham de maneira adequada.
5. A empresa usualmente não terceiriza o seu processo seletivo, mas, no momento, está sem condição de fazer essa seleção, então, pontualmente trabalha com um parceiro que atuará no formato mencionado acima, buscando candidatos e ganhando por este serviço. Vale lembrar que o pagamento nunca é por parte dos candidatos, mas sim da empresa contratante. Ou seja, se eu tenho uma empresa e abrirei uma vaga com uma Consultoria parceira, eu pagarei o valor acordado em contrato a ela, não os clientes ou candidatos. Sim, há algumas empresas (idôneas) que trabalham por meio do pagamento feito por uma pessoa física, ou seja, eu estou desempregada e contrato uma empresa para “trabalhar o meu CV no mercado”, buscando uma recolocação para mim. Quando isso ocorre, é tudo acordado às claras e em contrato. São, portanto, acordos bem diferentes. Não há problema nenhum nisso, desde que tudo seja aberto desde o início e fique claro para todos. São serviços diferentes: tenho uma empresa e uma vaga, pago uma Consultoria para encontrar candidatos para mim X quero individualmente (como pessoa física) contratar uma empresa para trabalhar o meu material (CV) no mercado, fazendo “ a minha propaganda” para as empresas.
6. A vaga é substituição de algum colaborador e vão aguardar contratar outra pessoa para demitir a primeira (sim, acontece bastante). Simplesmente aquela posição não poderá ficar vaga até encontrar outra pessoa. Então, vão aguardar contratar alguém primeiro para depois dispensar o atual colaborador. Aqui, inverta as coisas, pense que você é o líder de uma equipe e não pode deixar o setor parado. Desta maneira, você precisa primeiro encontrar um substituto para depois desligar o seu funcionário, seja pelo motivo que for (certos ou errados, infelizmente).
7. A vaga foi aberta internamente e externamente. Ou seja, o processo está sendo feito com colaboradores já contratados e candidatos externos. Da mesma forma que a opção anterior, não se deseja mencionar o nome da empresa, pois, a vaga pode ser fechada com algum candidato interno. Aqui, o correto é deixar claro para os colaboradores (internos) que isso está acontecendo, ou seja, que a vaga está sendo trabalhada interna e externamente, para não haver ruídos na comunicação. Penso que deixar claro para os finalistas (externos, no caso deste exemplo de seleção mista) também é respeitoso!
8. Há preocupação que a concorrência veja o anúncio daquela vaga e que essa tenha acesso à sua nova estratégia, por exemplo. Portanto, opta-se por divulgá-la de maneira anônima. Sim, estratégias são usadas e nem sempre estão erradas...
9. Empresas serão vendidas, haverá fusão, separação, união, enfim, neste momento de transição não se deseja informar ao mercado o nome da empresa contratante devido à situação econômica/organizacional daquela empresa. Nada errado, contanto que os finalistas saibam bem da situação da empresa contratante e suas possibilidades de carreira.
10. Algumas empresas S/A (empresa de capital aberto) não desejam expor seu nome para os demais devido à alguma alteração em seu quadro, o que poderia gerar diversos problemas com os acionistas, antes da situação resolvida. Aqui é coisa de peixe grande, a gente nem se mete rsrsrsrsr.
Fonte imagem: https://www.engadget.com
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Luciane Vecchio
Psicóloga Clínica, Master Coach, Consultora de Carreira, Especialista em RH, Orientadora Vocacional, Colunista de Carreira & Comportamento
CRP: 06/74914
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