Não é difícil imaginar.

Você liga seu automóvel e o aplicativo de localização de endereços é ativado. Prontamente ele checa todos os sistemas do veículo e avisa que está tudo ok. Logo após pergunta qual a direção a seguir, não sem antes lembrar a você que hoje é o rodízio do seu veículo. Na rodovia de condução automatizada o aplicativo sugere o estado automático. Você concorda e o programa passa a controlar o veículo até o endereço desejado. Enquanto você, sossegadamente, lê notícias na tela de seu automóvel. Em breve será assim. Creio que ninguém duvida mais deste futuro.

A Revolução Interior

No entanto, uma grande revolução está em curso. Muitos ainda não perceberam. Esta transformação, como todas as anteriores, surge como resposta a um imenso vácuo existente. Aquele que distancia pessoas de si mesmas e de outras, a cada passo que a tecnologia avança. A contradição aqui apontada, ao mesmo tempo em que nos aproxima do domínio sobre as coisas, mais nos distancia das próprias coisas. Porque a palavra interface abrange, ainda de modo incipiente - e paradoxal - o olhar de quem produz sobre si mesmo. Consequentemente, ainda menos sobre para quem se produz as coisas. Como não me conheço, faço coisas “padronizadas” por uma dada média, que me dá supostos resultados ótimos que talvez não o sejam.

A possibilidade de que uma nova maneira de fazer as coisas maximize resultados - a patamares ainda não vistos - pode estar a caminho de tornar-se realidade. A próxima revolução deverá nos levar a níveis muito maiores e não imaginados, porque partem de universo pouco explorado.

O universo da singularidade. Os universos dentro de nós mesmos.

E esta será a grande revolução da mente. Hoje, o instrumento mais prático e assertivo para esta mudança, é uma nova forma de abordar pessoas, de modo a levá-las a avançar para dentro de si mesmas e de suas imensas possibilidades.

Estamos falando de Coaching.

Coaching podemos dizer ser um processo educativo, formado por um conjunto de instrumentos aplicados à performance individual e coletiva, em todas as áreas da vida e atividade humana, sempre mediados por um indivíduo tecnicamente preparado, denominado Coach. O pai do Coaching, Timothy Gallwey, define Coaching como “liberar o potencial de uma pessoa para maximizar sua performance, ajudando-a a aprender ao invés de ensiná-la”. Este coach é alguém preparado com um vasto conjunto de instrumentos de abordagem,  técnicas e ferramentas que visam levar o treinando - aqui denominado de coachee – a, segundo as palavras de Gallwey, em “O Jogo Interior do Tênis”, reaprender a aprender.

Podemos afirmar que aprender, segundo o Coaching, é descobrir o meu próprio modo de aprender. Em rápidas palavras isto significa, antes de qualquer coisa, que aprender é um processo individualizado, customizado. Se não funcionasse, esta seria uma afirmação - que vai contra quase tudo o que se faz hoje em matéria de educação no mundo – absolutamente pretensiosa, questionável.

Mas o Coaching funciona.

E o que é isto, afinal?
A integração de diversas teorias da psicologia: a Análise Transacional de Eric Berne, a Terapia Centrada na Pessoa de Carl Rogers, a Psicologia Comportamental de B.F. Skinner. Além da Programação Neurolinguística de Bendler e Grinder... A Inteligência Emocional de Goleman e a área multidisciplinar denominada de Neurociência. Tudo isto revisto e inserido por Gallwey, John Whitmore, Robbins outros mais recentes... E embalado por uma inegável e sutil influência de correntes filosóficas orientais.

Que o Coaching efetivamente funciona em pessoas e grupos, de maneira a modificar de modo individualizado o olhar de cada indivíduo sobre si mesmo, é fato comprovado. O próprio processo de Coaching é validado continuamente. Pesquisas foram incansavelmente realizadas em diversos meios. Embora tenha pouco mais de 20 anos como o processo sistematizado que vemos atualmente, tendo surgido há algo em torno de 40 anos, o processo de Coaching realmente é eficaz.
Sua prática pode ser rapidamente definida como pressupostos que, aliados a diversos processos técnicos, devolvem aos indivíduos a responsabilidade e a capacidade de modificar a si mesmos. De modo a torná-las mais felizes, pessoas são treinadas por si mesmas com o auxílio de um mediador, de modo a que cada um descubra - ou redescubra - o quanto está em si mesmo o poder de transformar a sua própria vida.

Individual ou coletivamente, o Coaching produz - se aplicado criteriosamente com profissionais devidamente preparados em instituições autorizadas e reconhecidas – resultados realmente impressionantes. O profissional atua melhor, o setor daquela empresa atua melhor, o executivo ou empreendedor decide melhor, o casal se entende melhor. Diversas situações psicológicas aparentemente difíceis se resolvem em poucas sessões. E seus resultados perduram. Principalmente porque o comportamento é remodelado e repetidamente praticado. E o melhor de tudo isso é que acontece de acordo com aquilo que cada um decide querer para si mesmo. Nada de processos massificantes, alienantes, desintegrantes. O processo de coaching atua fazendo o indivíduo redescobrir - dentro de seus próprios valores - aquilo que ele quer e, de fato, pode ser. O Coaching reinsere, na realidade das possibilidades, cada indivíduo ou grupo. E sua assertividade condiz com o mundo de transformações rápidas que compartilhamos hoje.

O Coaching na Comunidade

Agora comecemos nosso exercício de imaginação. Algo viável, possível. Pessoas que reaprenderam  a aprender, nas palavras de Gallwey. Aprender a pensar e agir de acordo com os seus próprios ideais e anseios incluem uma visão do semelhante diferente. Como outro indivíduo, de fato. Alguém que tem o direito de ser si mesmo e interagir com os outros sem julgamentos. Sem preconceitos, portanto. Sem juízos de valor de qualquer espécie.
Indivíduos juntos, numa hipotética comunidade - formada inteiramente por pessoas que passaram por esta visão integrativa de mundo - valorizam as capacidades de cada um e colaboram mutuamente para, de modo integral, utilizar a individualidade de cada aprendizado como uma real somatória de esforços. Um processo educativo, gradual e tangível.

É algo maior que uma revolução semântica, que modifica de modo "politicamente correto" as palavras. Mas mantém, no cerne das pessoas, o preconceito intocado.

Ter passado pelo processo de coaching pode fazer comunidades interagirem de modo imensamente mais harmônico. Não estamos aqui falando de mágica, mas de processo. A redução do julgamento de uns por outros, fará com que pessoas aceitem o modo de ser de outras, em cada esfera da vida pessoal e profissional. Isto produzirá comunidades atuando - de fato - pela satisfação comunitária. Pessoas em movimento por realizarem seus objetivos - tendo consciência de suas potencialidades e atuando corajosamente para tal - podem, conjuntamente, produzir muito mais. Criativamente muito mais. Menos ansiedade e as famosas  pré-ocupações são possíveis de serem vividas por pessoas realmente focadas no aqui e agora... Como a única maneira de conquistarem seus projetos de futuro.

Na vida pessoal, amizades através de pessoas que sabem muito mais de si. Indivíduos que não exercem seus preconceitos contra os outros permitem, de fato, o viver bem mais próximo da harmonia. Numa atmosfera de respeito e, portanto, permitindo-se o sentir afeto sem muitos senões. Porque estes senões são o produto de pessoas que pouco se conhecem, e por isso interagem de modo limitado pela própria limitação de seu autoconhecimento. Menos gap's de comunicação, menos desentendimentos. Mais vínculos duradouros ou afastamentos menos traumáticos.

Liderar em Coaching

Lideranças revistas pelo processo de coaching emitem um novo olhar sobre sua inserção no contexto de sua influência, repensando as pessoas dentro das suas diversas esferas de atuação. Líderes que ampliam o conhecimento de si mesmos começam a olhar as pessoas como, de fato, semelhantes. A aplicação, pelo líder, deste modo de aprender consigo mesmo, faz com que a liderança se torne algo bem maior do que um compreender porque é adequado, moderno, da moda.

Liderar passa a ser um modo de envolver e encantar através do compreender. E compreender deixa de ser uma abstração para tornar-se um movimento.

Sendo um movimento, altera-se tudo. As coisas acontecem o tempo todo dentro e fora. Muda-se o modo como as pessoas são aderidas a ideias ou projetos. A inserção, destas mesmas pessoas, no contexto dos grupos já formados também muda. A forma de avaliar pessoas passa a ser um ver suas habilidades e potencialidades. A definição do que seja um bom desempenho - já que desempenhar bem passa a ser sinônimo de envolver-se, mas dentro da perspectiva do máximo conhecimento que tenho de mim mesmo – transforma-se em algo maior do que comprar uma ideia.

Eu, dando o máximo de mim, passo a ser a própria ideia.

E de um modo consciente e ecológico. O termo ecológico aqui aplicado é sinônimo de em contínuo processo de otimização do autoconhecimento de cada um e, consequentemente, daqueles que dividem objetivos consigo. De modo a otimizar continuamente harmonia, em todos os seus aspectos vivenciais e em todas as formas de relacionamento com a natureza.

Harmonia passa então a ser vista como um processo contínuo de pessoas aproximarem-se cada vez mais de si e de seus objetivos comuns. Deixa de ser um termo utópico e passa a ser vista tanto como um objetivo como uma estratégia.

A Comunidade Revista

Fica então fácil então imaginar que, num mundo em coaching, a noção de comunidade vai efetivamente mudar pela ampliação do conhecimento que cada um desenvolve continuamente. Tanto de si como do mundo e das pessoas ao redor. E tudo isso através da ampliação do autoconhecimento.

E, pensemos, é de autoconhecimento que precisamos para viver e produzir de modo a que o processo de desenvolvimento tecnológico não nos aprisione na alienação ocasionada pela ignorância.

Para que a falta de saber sobre nós mesmos, pare de nos levar ao caminho tortuoso dos relacionamentos pessoais mal vividos, imersos em insatisfação.
Satisfação é palavra que depende também de autoconhecimento, obviamente. Como posso eu saber o que me agrada, se pouco sei de mim?

É para a satisfação  que seguimos, quando realmente passamos a descobrir o vasto mundo que - afinal de contas - cada um de nós realmente é.

Este novo parâmetro no desenvolver o mundo deverá nos levar a um novo e concreto patamar evolutivo. Neste estágio se lançará um novo olhar sobre como fazemos as coisas. E sobre o que poderemos realizar, de fato, para incluir cada um de nós no mundo como um todo.

Que hoje não é de todos. Porque não é, nem mesmo, de cada um de nós.

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Faça Coaching e vá até este Futuro!