Tive uma ideia, e agora?
Tive uma boa ideia, e agora?
Conheço profissionais super criativos, mas que têm a maior dificuldade de apresentar algo novo para seu chefe. Você é assim? Um estudo da University of London diz que é possível aumentar a probabilidade de ter sua ideia ouvida – e aprovada, se você…
- Alinhar sua ideia a um objetivo estratégico prioritário existente
Entenda quais são os objetivos da sua empresa neste momento. Se um dos objetivos é reposicionar a marca através de precificação premium, não adianta apresentar ideias de desconto para aumentar volume de vendas.
- Colocar sua ideia na “linguagem dos negócios”
Se você quer propor que sua empresa contribua com uma instituição sem fins lucrativos, pesquise sobre o quanto a percepção do consumidor pode ser mudada quando a marca está atrelada a ações de responsabilidade social. Se você achar que o decisor não é muito sensível a causas sociais, ressalte algo que seja valioso para ele, como percepção da marca pelo mercado. Se ele aprovar, tanto a causa como a marca serão beneficiadas.
- Pensar em como resolver as causas dos problemas e não os sintomas
Descobrir um novo remédio para acabar com sua dor na coluna pode ser um alívio, mas se não descobrir o que causa esta dor, você dependerá cada vez mais de soluções que trazem efeitos colaterais danosos. Nas corporações, é a mesma coisa. Na Companhia de Idiomas, empresa da qual sou sócia-diretora, há alguns anos começamos a perceber que a operação era cara e complicada, porque tínhamos muitos sistemas de controle. E metade deles era porque não confiávamos no time. Isso foi resolvido com recrutamento, seleção, treinamento, liderança, KPIs e metas. Ideias para resolver as causas e não os sintomas – é disso que todos precisamos.
Mas…. aprendemos nos MBAs e PósMBAs que 80% das novas ideias nas corporações não dão certo. Não porque sejam ruins, mas simplesmente porque não são bem executadas, ou sequer são testadas.
Conheço muitos profissionais cheios de ideias, que ficam super felizes quando o chefe aprova uma delas e diz: “Beleza, pode executar!”
É aí que vem o segundo desafio. Para executar uma ideia nova, tem de se organizar, tem de encontrar tempo para planejar, para testar com paciência, para engajar os envolvidos… Se você está preso na sua rotina e no jeito com que sempre fez as coisas, o tempo passa, aquela ideia já aprovada não sai do papel (ou do email, ou da planilha). Resultado: o chefe tem de perguntar, depois de algumas semanas ou meses:
"E aí, como ficou aquela ideia? Executou?"
E vem a resposta:
"Pois é, chefe, ia até falar mesmo com você, porque tive umas dúvidas…"
Bom, todos já sabem que esta resposta é uma desculpa que encobre a procrastinação, ou seja, você estava empurrando o assunto com a barriga, ou se envolveu com as urgências do dia a dia e… esqueceu de testar a própria ideia. Se realmente queria fazer, era só perguntar na hora que teve a dúvida - e não esperar primeiro o chefe cobrar a execução, certo?
Disciplina para a execução é fundamental, se quiser chegar a algum lugar na sua carreira. É como na nossa vida pessoal - não adianta planejar começar um curso, planejar parar de fumar, planejar começar a fazer atividade física. Grandes ideias, mas se não começar a executá-las, sistematicamente, a vida continua exatamente igual. Falta coragem para mudar, falta disciplina para executar. O hábito tem imã, mas nós somos mais fortes.
Rosangela Souza é fundadora e sócia-diretora da Companhia de Idiomas e ProfCerto. Graduada em Letras e Tradução/Interpretação pela Unibero, Business English na Philadelphia, USA. Especialista em Gestão Empresarial com MBA pela FGV e PÓSMBA pela FIA/FEA/USP. Desenvolveu projetos acadêmicos sobre segmento de idiomas, planejamento estratégico e indicadores de desempenho para MPMEs. Colunista do portal da Catho Carreira & Sucesso, RH.com, About.me, Administradores.com e Exame.com. Professora de Técnicas de Comunicação, Gestão de Pessoas e Estratégia na pós graduação ADM da Fundação Getulio Vargas/FGV.
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