Talvez você já tenha ouvido falar em Economia Colaborativa.  

Principal tendência econômica do século 21, a colaboração e o compartilhamento foram impulsionados graças a alguns fatores:

a)   valores sobre sustentabilidade
b)   desenvolvimento da tecnologia
c)   nativos digitais que desafiam todas as práticas preestabelecidas
d)   alteração do paradigma de busca de riqueza para bem estar
e)   poder imenso das redes sociais 

Ainda viveremos alguns anos para vermos estas mudanças se consolidarem, mas várias já estão transformando segmentos, mercados e organizações. 

Há empresas que já são amadas pelos consumidores. Elas eliminam intermediários, prestam serviços com a cara do consumidor e diminuem custos, como Airbnb e Uber. São negócios baseados em algo raro, e por isso são negócios tão interessantes: eles se baseiam na confiança entre pessoas que não se conhecem. Será que nossa sociedade está preparada para isso?

 O Uber trouxe polêmica, com seu aplicativo que oferece um serviço mais rápido, barato e superior aos taxis, ele já é realidade em muitas cidades do mundo, para desespero dos taxistas.

Inovação disruptiva tem esta característica: todos que têm opiniões estão um pouco certos e um pouco errados. Ela muda nossos paradigmas ao nos forçar a pensar a sociedade de outro jeito.  O fato é que empreendimentos colaborativos já movimentam mais de cem bilhões de dólares no mundo, segundo a Forbes.  Talvez não exista mais espaço para discordar, e sim para regulamentar.  Isso precisa acontecer, para que a inovação represente uma vantagem competitiva real, e não uma concorrência desleal com quem paga impostos.  O desafio é não afogar a inovação no mar de burocracia e custos no qual os empreendedores nadam diariamente – especialmente os brasileiros.

Vamos voltar ao conceito de Economia Colaborativa, que valoriza o USO e não a POSSE. Ele se amplia quando vemos o compartilhamento de carros, bicicletas, casas e praticamente qualquer coisa no futuro.

No dia a dia, também já sentimos mudanças: comprávamos CD com várias músicas, mesmo gostando de uma só. Depois achamos o máximo pagar para baixar só aquela música, e agora, Spotify.  Comprávamos o DVD, achávamos o máximo o pay-per-view e aí vem o Netflix.  

Será que, se somarmos a essa ideia os princípios de crowdsourcing e crowdfunding, podemos dizer que finalmente estamos entrando na era prevista por Arthur Clarke, o futurista inglês?

" O fim da infância da humanidade é quando paramos de pensar como indivíduo e passamos a usar a inteligência coletiva."

Parece que já estamos saindo da infância então.

Por outro lado, enquanto houver terrorismo, guerras, corrupção e fome, talvez não. 

Mas que tem coisa mudando, isso tem. 

Rosangela Souza (ou Rose Souza) é fundadora e sócia-diretora da Companhia de Idiomas. Graduada em  Letras/Tradução/Interpretação pela Unibero, Especialista em Gestão Empresarial, MBA pela FGV e PÓSMBA pela FIA/FEA/USP, além de cursos livres de Business English nos EUA. Quando morava em São Paulo, foi professora na Pós Graduação ADM da FGV. Desenvolveu projetos acadêmicos sobre segmento de idiomas, planejamento estratégico e indicadores de desempenho para MPMEs. Colunista dos portais Catho, RH.com, MundoRH, AboutMe e Exame.com. Desde 2016, escolheu administrar a Companhia de Idiomas à distância e morar em Canela/RS, aquela cidadezinha ao lado de Gramado =) . Quer falar com ela? rose@companhiadeidiomas.com.br ou pelo Skype: rose.f.souza