É assustador pensar que aquela pessoa que trabalha com você possa ser um psicopata?

De acordo com a Associação Americana de Psiquiatria responsável pelo (DSM), o indivíduo diagnosticado psicopata possui um quadro classificado como transtorno de personalidade antissocial ou transtorno dissocial conforme a Classificação Internacional de Doenças (CID-10).

Quanto a sua origem ainda não foram identificadas causas específicas, como nossa personalidade é formada com base em fatores biológicos e ambientais, eles têm uma condição importante no desenvolvimento e severidade do transtorno.

Diferente do que boa parte das pessoas imaginam, os psicopatas podem estar presentes em nosso círculo de convívio e não somente nos filmes, novelas, séries de televisão e noticiários criminais. De acordo com a 5ª edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), esse transtorno afeta cerca de 0,2% a 3,3% da população mundial, isso significa que, em média, 1 em cada 70 pessoas pode ser psicopata.

Geralmente não é fácil identificar uma pessoa com esse tipo de transtorno, pois são muito habilidosas na sedução, persuasivas, manipuladoras e carismáticas. Também possui características como ausência de culpa, empatia, remorso, moral e ética.

Outros comportamentos antissociais transgressores como mania de grandiosidade, mentiras recorrentes, dificuldades em aceitar responsabilidades também podem ser manifestados.

Sobre o diagnóstico esse só pode ser feito por profissional capacitado e envolve psiquiatra e psicólogo, geralmente é a família que procura auxílio, pois o psicopata acha que não tem problema.

Importante considerar que esse transtorno não gera perda de juízo da realidade, ou seja, não existe a manifestação de alucinações ou delírios como ocorre, por exemplo, em casos de esquizofrenia.

Quanto ao tratamento, assim como outros tipos de transtornos não há uma cura. A psicoterapia e o tratamento medicamentoso podem ajudar quanto a prevenção de atos criminosos, controle da raiva, desenvolvimento do respeito às regras sociais, estratégias de enfrentamento e desenvolvimentos de habilidades sociais, porém é um grande desafio, pois será necessário obter colaboração do paciente para aceitar o tratamento.

O tratamento medicamentoso talvez seja mais indicado para controlar os sintomas, a terapia tem uma condição básica que está relacionada com a empatia porque ela cria condições para o autoconhecimento, mas como ela não está presente na pessoa que tem esse transtorno, o tratamento terapêutico pode ser mais efetivo para os familiares no intuito de criarem estratégias para lidar com a situação.

E como ficar alerta no ambiente de trabalho?

Reconhecer um psicopata é difícil, pois geralmente ele se passa por uma pessoa comum, o ambiente corporativo é muito propício para quem tem esse transtorno, estudos apontam que depois da cadeia, o local de trabalho é o lugar onde mais se concentra psicopatas.

Até porque muitas empresas procuram profissionais mais frios, calculistas, agressivos e competitivos, nesse grupo podem ter pessoas com esse transtorno.

Quanto a sua liderança, pode ocorrer situações em que a pessoa com esse transtorno pode ser vista como um bom líder, seja por sua rapidez em ler cenários, tomar decisões, trazer negócios para a empresa, aumentar os números de faturamento, é importante entender que o psicopata faz isso para favorecer a si mesmo (os meios justificam os fins, mesmo que seja sem ética e até mesmo de forma ilegal), o que em determinadas situações favorece a empresa. Mas em outros momentos é a própria empresa que será vítima, como por exemplo, sofrer uma grande fraude ou roubo.

Através da sedução e persuasão pessoas com esse transtorno podem ser queridos no trabalho, mas é importante esclarecer que eles são narcisistas, egoístas e insensíveis, a falta de empatia com o outro faz com que não exista nenhum tipo de consideração quanto as opiniões e desejos alheios. Em resumo, as pessoas são vistas como objeto de manobra para a realização de suas vontades.

Apesar do psicopata ser capaz de cometer atrocidades, boa parte de suas ações podem ser inofensivas como por exemplo: mentir e criar intrigas, mas como já foi mencionado todas suas ações costumam ser calculadas com um único objetivo "seu próprio benefício”.

Quando existe uma convivência frequente com uma pessoa é possível reconhecer comportamentos suspeitos, características isoladas não significam a existência do transtorno.

Essas pessoas têm uma preocupação com a imagem, o que ajuda a identificá-los. Por exemplo: Dá muita importância aos elogios que recebe, altera o feedback negativo em ofensa tentando justificar que a responsabilidade não é dela, não fornece reconhecimento a equipe direcionando todo o mérito para ela, fala sempre de si mesmo como a solucionadora de tudo que considera errado ou inadequado.

Veja mais algumas características:

Pequenas incoerências: Falar uma coisa e fazer outra e quando é pega na incoerência não se mostra constrangida.

Mentiras: Pode variar de simples contradições até informações totalmente falsas.

Não assumir responsabilidades por seus atos: Colocar a culpa no outro e não admitir que fez errado.

Desrespeitar o próximo e as regras: Não se importar com a opinião dos outros e nem avaliar o perigo colocando os outros e si mesma em situações de risco.

Promiscuidade: Se alguém lhe interessa sexualmente vai atrás, independente se já tiver um parceiro fixo.

Reações emocionais incompatíveis ou exageradas: Exemplo – não manifestar nenhuma reação ao receber um presente ou chorar demasiadamente por esquecer de pagar uma conta.

Desonestidade: Pode variar desde pequenos delitos, falsificação de documentos e assinaturas, roubar, sempre sem nenhum constrangimento.

Megalomania: Gosta de ostentação, a mania de grandeza pode vir disfarçada com um discurso humilde.

Egoísmo: Apesar de se mostrar uma pessoa amorosa, preocupada e dedicada, isso é somente disfarce para seu egoísmo, não consegue sustentar tais características quando posta à prova.

Discurso sedutor: É capaz de convencer qualquer pessoa.

Poucos amigos: A falta de empatia e necessidade de envolvimento a impede de fazer amizades duradouras.

Mudança constante: De casa, de parceiro, de trabalho, de atividade, sempre se renova para não ser pega nas mentiras que cria.

Parasita: Principalmente no trabalho, faz com que os outros trabalhe para ela.

Manipulação: Forja situações e pessoas para conseguir vantagens.

Histórico de delinquência ou conduta problemática na infância: Brigas, bullyingcom outras crianças e maltrato com animais são alguns sinais.

Abuso psicológico: Manipulam psicologicamente para ver os outros sofrerem.

Sem remorso: Não demonstra culpa ou remorso quando é pega em delitos, mentiras, crimes.

Impulsividade: Apesar de muito racional, age sem pensar nos prós e contras das ações, desde que seus desejos sejam atendidos.

Sentimentos superficiais: Fala que ama, mas é uma pessoa fria em sua essência, empatia e amor não estão presentes em sua estrutura de personalidade.

Falta de empatia: Não faz o menor sentido se colocar no lugar das outras pessoas.

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Abraço!

Eliane Pardinho