Por que tu te escondes? Visualização oculta no Linkedin: implicações e a real necessidade da existência dessa ferramenta
Resolvi escrever e me aprofundar nesse tema pois é uma reclamação constante, não só dos meus contatos, mas da rede como um todo.
Abordo hoje os “Alguéns”, que nada mais são do que pessoas que configuram o seu perfil pessoal ou o da empresa para visualizar o seu perfil e você não saber quem visualizou.
É, de fato o tema gera polêmica e como sempre, vou abordar de forma técnica e imparcial.
No entanto, diferente dos outros artigos, iniciarei com uma opinião pessoal: penso que nessa funcionalidade, o Facebook está muito à frente do Linkedin.
Explico: quem já conheceu e utilizou uma das primeiras e extinta rede social criada pelo Google chamada de Orkut, sabe dos transtornos que, na época, essa visualização causava.
Já vi relacionamentos serem terminados porque uma das partes queria saber o Porquê o (a) seu parceiro (a) visualizou o perfil da “Fulana de Tal Silva”. Pois a rede permitia isso. Acreditem: isso gerava muita briga mesmo.
Pois bem, agora, tecnicamente falando, não vejo nenhuma vantagem em saber quem visitou ou não o seu perfil no Linkedin. O que mais importa é a quantidade de visitas que você teve, de quais setores, qual o seu índice de SSI (Social Selling Index) e ferramentas que lhe permitirão acompanhar a força do seu perfil na rede com seus contatos, parceiros de negócios e recrutadores.
Números, gráficos, Dashboard: isso sim é importante para um bom acompanhamento. O que adianta você ter 10.000 visualizações do seu perfil? Você terá tempo ou paciência para ver, um a um, quem entrou? E o que isso agregará na sua vida?
E como estamos falando de uma rede pública, a partir do momento que você cria uma conta, em qualquer rede social, você dá o direito das pessoas te acessarem. Essa é a regra do jogo.
Dessa forma, pessoalmente (não precisam concordar comigo), acho essa funcionalidade desnecessária e obsoleta.
No entanto, ela existe e é uma realidade até que a Microsoft resolva banir essa funcionalidade. E no Linkedin, além de existir, o sistema te dá uma opção que eu como bom mineiro apelidei de “Moita Virtual”, que nada mais é o modo privado ou oculto.
Aqui começam realmente os problemas, pois, ao você entrar no seu perfil e ver que alguém está te olhando de maneira oculta, isso gera ansiedade, principalmente em quem está em busca de recolocação: será um recrutador? Um diretor? Alguma empresa? Ou simplesmente alguém que quer bisbilhotar sua vida?
E infelizmente não temos como saber e isso realmente irrita.
Somente hoje, ao escrever esse artigo, estava com 10.062 visitas nos últimos 90 dias. Chequei quem viu meu perfil até o número 100 e encontrei 14 perfis ocultos, ou seja, 14% das pessoas entraram na minha rede sem deixar rastros. O motivo, não sei. Se me importo: nem um pouco.
Tenho muitos contatos em Recrutamento e Seleção e a explicação mais plausível que ouvi até o momento é que, se o recrutador não olhar em modo oculto, haverá uma probabilidade muito grande do candidato que o mesmo está pesquisando tentar contato com ele para saber sobre vagas ou oportunidades. É uma explanação plausível, mas não aceitável em termos de prática em um mundo que se prega a transparência, mas pouco efetivamente se faz com relação a esse tema.
Acessar o perfil de alguém de forma oculta não é diferente de você seguir uma pessoa e ver o que ela faz, mas de forma escondida.
Ora, se estamos falando de uma rede de contatos profissionais e de negócios, qual a vantagem de não se mostrar?
O Linkedin foi criado para isso, ligar pessoas com nomes, atividades, interesses (em comum ou não) e fazer as mesmas interagirem.
Muito difícil “Alguém com o cargo de Recrutador” interagir com “Alguém do setor de Recursos Humanos” (essas são duas modalidades que encontrei visitando meu perfil).
Pode até ser um recrutador que vai me ligar amanhã e me oferecer uma oportunidade interessante? Sim, pode. Mas a ansiedade e desconforto que esse processo gera é absolutamente desnecessário.
Nesse mundo, cada vez mais próximo de seriados de ficção (como o “Black Mirror”), as pessoas estão se conectando cada vez mais, mas, ao mesmo tempo, construindo um abismo e se distanciando uma das outras.
Pois no mundo virtual tudo é possível. Mas lembre-se: não há (ou ao menos não deveria existir) diferença entre esses mundos, pois as redes sociais são apenas espelhos daquilo que você é na sua essência, no seu dia-a-dia.
Mas o que vemos? Perfis que fazem questão de colocar: “ Antônio Linkedin da Silva (+25k) ”. Como se a quantidade de contatos fosse relevante (lembrando que o máximo de conexões de 1º grau que um contato pode ter é de 30.000. Após isso, as pessoas põem apenas te seguir).
Então, ao sabermos que quantidade não importa, precisamos voltar nossa atenção e energia para ferramentas inteligentes que o Linkedin nos oferece através do SSI já citado anteriormente. Essa análise “calcula a sua eficácia em estabelecer sua marca profissional, localizar as pessoas certas, interagir utilizando insights e cultivar relacionamentos de confiança” (Fonte: Linkedin).
Portanto, não se esconda: saia da sua “Moita Virtual”. Mostre sua cara. Você pode estar perdendo oportunidades e, sejamos sinceros, anonimato não combina com transparência.
Ao invés de “bisbilhotar” a vida das pessoas de forma oculta, faça algo útil: compartilhe vagas, responda as mensagens que seus contatos te enviam, escreva artigos. Somente assim, seu perfil se consolidará e ganhará força, com exposição positiva diante da rede, trazendo maior chances de negócios e oportunidades.
Segue link para você verificar como anda o seu SSI (Painel de Vendas Sociais)
https://business.linkedin.com/sales-solutions/social-selling/the-social-selling-index-ssi#