O ano de 2017 pode ser um dos mais marcantes na história da promoção médica da indústria farmacêutica brasileira: chegamos finalmente ao ponto ótimo tecnológico onde hardware/software, cultura digital e conectividade alcançaram um excelente nível, inaugurando de fato um novo mundo para a propaganda médica. É impossível, para um profissional de marketing, não pensar em integrações digitais das suas ações promocionais e aproveitar-se de tanta facilidade para amplificar a potência de divulgação das marcas de seus medicamentos.

Nunca houve na história, tantos médicos usando bons smartphones/notebooks, ávidos para consumir conteúdo digital, com tanta familiaridade e boa vontade para serem abordados digitalmente, no entanto, a forma de se construir essa nova etapa parece-me inadequada na maioria das vezes:

  • A iniciativa comum de imitar a forma "tradicional de propaganda médica"através do meio digital, soa como uma ofensa a enorme quantidade de recursos que podem ser utilizados. Com isso, criam-se situações de visitação virtual que parecem ocupar ainda mais tempo do médico. Torna-se uma forma impessoal de se fazer algo que se fazia de forma íntima e pessoal. Acho difícil alguém abrir uma conexão de Skype ou afins e fazer uma propaganda tal qual se faz pessoalmente num consultório médico e obter bons resultados;
  • Disparar mensagens a esmo (e-mailsWhatsApp e SMS), ligações telefônicas e promover uma verdadeira "caçada digital" aos médicos que atendem determinadas caractéristicas, podem trazer de volta a mesma ojeriza promocional experimentada por todos nós como consumidores nas últimas décadas. SPAM sempre foi algo ineficaz, deselegante e negativo para trabalhar ações de marketing. Quem pode se sentir confortável de ser abordado dessa forma tão ostensiva;
  • Não integrar ações e bases de forma que comecem no virtual e terminem no real ou vice versa, parece ser a forma mais rápida de torna-las vazias e sem conhecimento de todos que podem ter contatos com esses médicos, gerando confusão e pouca relevância;
  • Esconder ou fazer grande mistério sobre as novas ações para a Força de Vendas tradicional, parece ser algo muito próximo de gerar pânico neste profissional, que obviamente se sente ameaçado e passa a jogar contra essa nova forma de promover produtos.

A verdade é que estas ações multicanal, digitais ou virtuais poderiam ser chamadas apenas de alternativas, complementares, motivadoras, fomentadoras ou quem sabe até de inéditas. É sim nitidamente, o início maravilhoso de uma nova Era. Aqui e no mundo todos, estamos vivendo já uma realidade imutável, certeira e que trará muitos benefícios incríveis para todos que fazem parte do marketing, vendas e médicos que são abordados pelas empresas farmacêuticas. Porém é necessário se tomar muito cuidado ao se fazer essa nova abordagem. Complementariedade, integração, propósito, potencialização, expansão, aumento de poder e ganhos de relacionamento são termos que se aproximam muito mais do que temos que obter com o advento do multicanal.

Contradizendo meu título, acredito sim que os programas multicanal podem e devem sim funcionar formidavelmente. Mas algo precisa ser dito urgentemente: SPAM, não! Atirar para todos os lados, não! Contratar por contratar, não! Modismos, não! Por favor, atenção, não podemos queimar esse momento épico tão importante para desgastar nossos médicos com abordagens dessa natureza. CRM nunca foi tão importante, necessário e presente. Bases íntegras! Precisamos de uma boa base para partir para relacionamentos mais elaborados com nossos médicos.

Visualizo formas muito mais estratégicas, coerentes e importantes de fazermos essa nova abordagem através de caminhos bem diferentes e eficazes em relação ao que tem sido feito no mercado. Vamos conversar... temos uma produtiva conversa a ser desenvolvida. Espero por vocês no WhatsApp (+55 11991028584) afinal de contas o tema aqui é multicanal.

Longa vida ao multicanal proveitoso para todos! A hora é agora!