O seu passado ainda te define?
Nós somos constituídos de referencias, escolhas, decisões e ações, certo? Logo, se apagasse seu passado e seus “erros”, apagaria toda sua história, conhecimento e sabedoria adquiridos.
Já questionou sua relação com seu passado e observou se ele te explica, define ou determina seu presente e futuro? Pare, pense e responda.
Através da interação interpessoal é possível identificar padrões atitudinais, sejam eles: visão, crenças, valores, ação, comportamentos ou de ocorrências.
Alguns Coachees queixam-se dos esforços dispendidos e a obtenção de recorrentes resultados insatisfatórios. Trabalhando a questão em maior profundidade, comprova-se disposição, empenho e ações pró-objetivo. No entanto, observa-se que apesar de compreender que o caminho para seu almejado futuro está à sua frente, nota-se que ainda está preso a fatos e carga emocional de seu passado.
Imagine-se em seu carro, andando para frente e olhando o tempo todo para o retrovisor. Aonde chegará dessa forma?
Só há uma saída para interromper a auto sabotagem com relação à repetição de seu passado. É necessário absolver-se e superar os fatos e emoções vividos no passado, para que siga em frente livre de âncoras e fantasmas. Analise os fatos e emoções mal resolvidos e perdoe-se através da aceitação incondicional de que você sentiu, pensou e agiu da melhor forma que conseguia naquele momento.
Quando não se resolve o passado, não se vive o presente e o futuro não nasce.
A família na qual crescemos, devido ao processo de socialização, justifica nossa origem, explica nossas crenças, hábitos e traumas adquiridos ao longo dos anos. Fato que contribui para estruturar a pessoa que vive o presente e que não raramente, “determinará” em alto grau, o que será dela no futuro, seja ele bom ou ruim. Aqui está à chave que quando percebida e virada, evitará a “compulsão à repetição”. Explico: primeiro é necessário identificar os padrões (visão, opiniões, crenças, valores, ações), assim como, avaliar em qual momento você pode repeti-los conscientemente sem que reviva as emoções e resultados negativos, ou se deve rompê-los para criar uma nova forma de viver, livre de repetições de seu passado.
Por mais que alguns insistam em refutar, não há como negar nossa origem, somos constituídos pela nossa história, impressa em nosso DNA e nada pode ser feito a respeito. A melhor alternativa é identificar os padrões dos quais discorda ou não aceita, avaliar a tendência a repeti-los e criar uma nova atitude que o substitua e que seja mais positiva e congruente com sua própria história de vida.
O passado apenas define aquilo que fomos, e não aquilo que somos ou seremos.
Repetir alguns padrões atitudinais passados, não necessariamente é o cerne do problema. A questão se agrava quando esse passado traz consigo uma carga emocional traumática, pesada, negativa e não resolvida, capaz de paralisa-lo, dificultando o surgimento de novos pensamentos e ações conscientes para que você se torne quem você quer ser no futuro.
Aquilo que consome seus pensamentos controlará sua vida.
Caso ainda acredite no determinismo do passado, você aceitará o fato de ser quem sempre foi, fazer o que sempre fez, obter os mesmos resultados e repetir os erros que modelou de outros sem sequer criticá-los.
O que fazer para não repetir antigos padrões? Como evitar um “destino predeterminado” e desenvolver um futuro autoral, com novas possibilidades e conquistas?
Primeiramente, conscientize-se da batalha interna travada em sua mente, como se existissem duas pessoas com forças antagônicas, disputando para assumir o controle sobre sua vida. A primeira (Passiva) é o acomodado, que vive na zona de conforto, teme e foge de mudanças. Aquele que se esforça para manter tudo como está, não persiste e finaliza nada e busca fazer o mais fácil sempre que pode. Esta é a força que te limita e que vive em conflito direto com a outra pessoa (Ativa). Aquela que gosta e quer mudar/ inovar, fazer tudo diferente para conhecer novas possibilidades, desconhece limites e quer agarrar o mundo com as mãos.
Não importa qual das forças vença, você perde! De um lado o Conservador Passivo, agarra-se ao medo, a indecisão e não avança e do outro; o Atirado Ativo, inconsequente, sem controle ou limite. Qual a saída? Aqui está a oportunidade para criar a terceira pessoa. Aquela que te expressa de forma única, autentica, que valoriza e honra sua história, sem se prender a ela. Capaz de focar no futuro com entusiasmo e determinação para operar as mudanças necessárias para concebê-lo conscientemente e de seu jeito. Essa nova pessoa suplanta antigos hábitos, desconstrói padrões disfuncionais, aprende com seus erros e não os repete, pois consegue equilibrar ambas as forças que disputavam espaço e controle sobre você.
Neste ponto, se dá a mudança efetiva entre quem você foi e quem você quer ser e será! Importante lembrar que teu passado te trouxe até o presente, mas apenas o que for feito a partir de agora, determinará o seu futuro. Avalie e decida sobre seu destino e qual caminho seguirá, faça o que for preciso para realizar-se plenamente ou permaneça onde está. A escolha será sempre sua.
“O que me define na vida não é aquilo que tenho, mas aquilo que sou.
Não é aquilo que fiz, mas sim aquilo que faço e farei.
Não é aquilo que dei, mas sim aquilo que dou.
O que me define não é o passado, mas o presente e jamais será o futuro.”
(Pablo Augusto)
Marcio Caldellas – Psicólogo clínico, Personal, Career & Executive Coach certificado pela Sociedade Brasileira de Coaching e BCI – Behavioral Coaching Institute – USA. Sólida carreira desenvolvida em Executive Search como Headhunter atuando com posições executivas. www.mccoaching.net