Atualmente dentro das organizações, ninguém mais espera ordens ou orientações dos seus gestores, na verdade todos estão em busca de uma participação ativa e criativa, através de suas inclusões nos grupos que compõem o processo de análise e decisão dos negócios. Não é mais possível ignorar e segregar as pessoas e o que cada um pode contribuir para os resultados da organização. Imaginar que uma única pessoa, ou um pequeno grupo de pessoas, possa exercer a função de grande estrategista (ou melhor: de Salvador da Pátria), e que uma única ideia possa nortear o trabalho e os rumos do negócio, é algo que deva ser repensado e abolido de imediato. Cada assunto, tópico, ação e estratégia devem ser tratados por grupos de estudos, e a liderança será exercida de forma consensual e natural, o que requer maior responsabilidade individual e autodisciplina nas relações interpessoais e hierárquicas. 

Necessitamos de líderes para desenhar e construir novos paradigmas, em um ambiente aberto, sem paredes, sem exclusão, e que leve em consideração o pluralismo e a diversidade de nossas pessoas, líderes que trabalham com pessoas e para pessoas, valorizando a diferença, e o que cada um pode contribuir com suas experiências, sejam de vida, sejam profissionais. Fomentando e desenvolvendo uma grande sinergia, entre os seus colegas e pares, para aprender, para crescer e para desenvolver, onde quer que seja necessário a imersão das pessoas com a informação e conhecimento. Com isso, eles não focam o poder, mas eles começam a expandir as capacidades humanas, e a entender de forma holística modelos compartilhados que levam ao aprendizado contínuo e ao conhecimento. 

Com isso, todos (gestores, colaboradores, parceiros, fornecedores), independente dos seus cargos ou funções, acabam se tornando Stakeholders e passam a atuar num ambiente de organizações baseadas em informação. Tornando-se especialistas, não sendo mais necessário dizer-lhes o que deve ser feito, mas apenas discutir estratégias comuns para a execução do trabalho. Com isso, surge a figura do Maestro (de fato, a tarefa assemelha-se à de regência de uma orquestra) onde certamente tem uma visão de conjunto, mas não é capaz de realizar o trabalho de seus técnicos, que são especialistas em seus instrumentos de trabalho, em suas áreas de especialidade. Seguindo esse raciocínio, o diretor ou o gestor (ou sistema de informação) não tem de ensinar ao analista de sistemas ou ao catalogador como fazer o seu trabalho, mas simplesmente coordenar o trabalho onde haja sincronia. 

As organizações precisam entender, que uma organização baseada na informação seja de fato estruturada em torno de metas e objetivos claros, que estabeleça precisamente as expectativas de atuação de cada indivíduo no concerto geral da tarefa ou serviço. Tal tarefa deverá ser organizada a partir do feedback contínuo que compare resultados e expectativas, de forma que cada colaborador possa exercer seu autocontrole e sua autocrítica. Entretanto é importante e fundamental frisar, que este processo de mudança não é espontâneo ou natural, pois aqueles que estão na sua zona de conforto e acomodados, sentem-se inseguros, e tendem a serem reativos as mudanças, principalmente ao processo de empoderamento das pessoas. Por isso, para que o processo aconteça, há uma clara necessidade de determinação para ser empreendido, assim como os requerimentos essenciais. 

As organizações baseadas no conhecimento, são aquelas que incluem, treinam e capacitam, acompanham, valorizam e premiam as pessoas, não pelos seus títulos ou rótulos, mas sim com o que cada pessoa pode contribuir com seu entusiasmo, a sua vontade de ajudar ao próximo, a sua forma de tratar as pessoas, o seu brilho no olhar, e principalmente com seu engajamento na Equipe, fomentando o desempenho do conjunto, e expandindo continuamente sua capacidade de criar os resultados que realmente buscam, na qual novos e mais amplos padrões de raciocínio são desenvolvidos, na qual a aspiração coletiva é liberada e as pessoas permanentemente aprendem como aprender juntas. 

Pensem nisso e até a próxima! 

Sobre o Autor:

José Renato Alverca

É Business Division Manager da Gi Group.

É Membro Fundador do IBPDICC – Instituto Brasileiro de Pesquisa Desenvolvimento e Inovação em Crédito e Cobrança, Pesquisador, Especialista em Crédito, Cobrança, Meios de Pagamento, Adquirência, Outsourcing, Gestão de Pessoas e RH e TI.

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