Todos nós sabemos que o desemprego no nosso país é uma realidade. Em 2015 fechou o ano com uma taxa elevada em torno de 9% e, segundo especialistas, deverá chegar, em 2016, ao patamar dos 12%.

E ninguém está isento dessa ameaça. Todos nós que fazemos parte do mercado de trabalho estamos suscetíveis a este fato. 

Muitas pessoas que foram dispensadas, estão entrando no mundo do empreendedorismo, em áreas, muitas vezes, diferentes da sua formação, pelo fato principal de sobrevivência e também devido as ofertas de emprego estarem bastante reduzidas.

Contudo estas ofertas, por mais reduzidas que estejam, dependendo do ramo de atividade, ainda não estão anuladas e, assim, a vaga que vier a surgir, fatalmente, será bem mais concorrida e o(a) candidato(a), naturalmente, para conseguir tal vaga, deverá se sobressair perante os demais e se esforçar mais do que em épocas remotas, quando a taxa de desemprego não era tão elevada.

Não sou o dono da verdade, mas se me permitem sugerir dicas para se destacar numa provável oportunidade de emprego, posso extraí-las da minha pequena experiência acumulada ao longo dos últimos doze anos, do outro lado da moeda, como entrevistador. É o que passarei, agora, a discorrer.

Quem leu meu texto “Ciência Atuariais, minha grande paixão!” pôde perceber que eu era um técnico que, por acaso, "caiu de paraquedas" no mundo da gestão e da liderança. Isso ocorreu quando eu tinha 24 anos de idade. Tudo era muito novo e desafiador, e confesso, inevitavelmente, que a melhoria e o aprendizado são constantes.

Recordo-me que, assim que iniciei meus trabalhos, eu só possuía uma estagiária. Meu gestor, na época, me dera a sugestão de optar por mais dois estagiários ou uma pessoa já formada. Acabei optando por mais dois estagiários devido o volume imenso e intenso de trabalho.

Na primeira seleção que fiz para esses dois estagiários, já havia percebido, mesmo sem muita noção (repito: tudo era muito novo para mim) que muitas pessoas queriam passar uma imagem do que, realmente, elas não eram. Elas intensificavam bastante os conhecimentos técnicos (que, por vezes, não eram 100% verdade) e faziam repetidas "propagandas" com este foco.

Tudo bem que, dependendo da vaga e da urgência para algumas seleções, isto pode funcionar para o candidato. Sem dúvida!

Entretanto, ao longo do tempo, notei que alguns fatores sempre me chamavam muita atenção nessas seleções, fatores estes que entendo que podem, de fato, ajudar a pessoa a fazer uma certa diferença na dinâmica de grupo e/ou na entrevista, são eles:

  1. ter humildade para dizer que não sabe de determinado assunto, mas que buscará conhecê-lo, mostrando-se uma pessoa disponível para o aprendizado (a maioria dos entrevistados têm medo de expor isso);
  2. ter espírito de equipe no sentido mais amplo, de se dispor inteiramente a ajudar o(a) colega da equipe sempre que possível (aqui, vejo que muitas pessoas se perdem um pouco nas perguntas, mostrando um certo egocentrismo, achando que a sua opinião deve prevalecer e esquecem um pouco do coletivo);
  3. ter conhecimento sobre a empresa que pretende entrar (nem que seja mínimo), pesquisando seus principais dados, desafios, concorrentes, missão, visão e valores, com o intuito de entender melhor a sua contribuição (neste aspecto, percebo que muitas pessoas não procuram saber).

Na verdade, não existe uma fórmula pronta. Realmente, cada caso é um caso. Como até já li em uma publicação aqui no Linkedin, “arrumar um emprego não é uma ciência exata”, além do fato de que não podemos esquecer de outros fatores primordiais, tais como: vestir-se apropriadamente; ser pontual; esperar o inesperado; questão da linguagem corporal, dentre outros. Porém, como citado anteriormente, como entrevistador, na minha percepção, no geral (sem tratar as exceções), os três fatores acima fizeram a diferença.

Não é regra, mas, os líderes estão trabalhando e sendo treinados mais e mais para não priorizar os conhecimentos técnicos e sim as qualidades comportamentais, pois elas sim, agregarão valor à equipe e intensificarão a sinergia necessária para a boa condução dos trabalhos no dia a dia. A técnica por si só, na maioria das vezes, se aprende, mas o caráter não se muda.

Portanto, tentar ser esperto, demonstrando saber de tudo, pode não "colar" muito nas seleções de emprego.

Vejam uma entrevista protagonizada por Will Smith no filme A Procura da Felicidade (baseado em fatos reais) e tire suas próprias conclusões:

Por fim, vale lembrar que sempre procuro, nos meus textos, identificar que não sou especialista em desenvolvimento humano, todavia, como forma de compartilhar experiências, mesmo que não sirvam para todas as situações, acredito que podem ser úteis para a algumas delas.

Desejo sucesso!

Vamos em frente...

Mais textos meus você encontra aqui.