Tomar injeção é algo tenso. Ninguém gosta, certo?

Só que existem pessoas que experimentam um alto nível de stress quando precisam deste tipo de tratamento. Quem atua na área da saúde deve saber lidar com este assunto!

Esta fobia, também conhecida como tripanofobia, compromete tratamentos feitos por injetáveis e a prevenção de doenças por vacinas. Há relatos de pessoas que negaram atendimentos médicos, mesmo isso custando a sua própria vida.

Seja numa ocorrência pontual de uma injeção na farmácia, em cuidados diários como no diabetes ou numa longa internação hospitalar, o prejuízo é grande. Tanto emocional, pelo sofrimento gerado, quanto na saúde do indivíduo.

Diagnósticos deixam de ser feitos ou são atrasados também por esta condição, afinal, não é raro encontrar pessoas que deixam de fazer uma consulta médica na intenção de evitar a descoberta de uma doença.

Apesar da dificuldade de se fazer estimativas, há indícios da ocorrência de alguma fobia específica em até 10% da população. Acredita-se que há fatores genéticos causadores, mas também há evidências de que este medo é “aprendido” durante a vida.

Pessoas que apresentam medo de injeção têm uma propensão para sofrer desmaio (síncope vasovagal). O contato real, a expectativa ou a lembrança do estímulo fóbico, neste caso, a injeção, leva a um aumento da pressão arterial e da freqüência cardíaca seguido de uma queda da pressão arterial e desmaio. Até mesmo o medo de desmaiar pode levar a um quadro de tontura, sudorese e visão embaralhada, o que pode confundir o paciente.

A tecnologia tem desenvolvido alternativas para livrar as pessoas das agulhas, mas enquanto as injeções são realidade, é melhor ajudar aqueles que sofrem com este problema! Algumas dicas para ajudar seu cliente a lidar com esta questão:

1. Seja honesto

A pergunta “Vai doer?” parece automática, não é mesmo? Sempre aparece! Sua resposta deve ser verdadeira, principalmente com as crianças. Se mentir, elas deixarão de confiar em você. A agulha vai atravessar tecidos e isso vai gerar desconforto, mas...

2. Não assuste!

Mentir não é recomendado, mas diga a verdade usando palavras amenas (por exemplo, troque dor por desconforto). Expressão facial e tom de voz que estimulem o encorajamento são importantes.

3. Demonstre interesse e compaixão

Você pode informar ao seu cliente que fará de tudo o que estiver ao seu alcance para reduzir o desconforto na injeção. Após dizer isso, peça colaboração, que é a próxima dica!

4. Peça colaboração

Pode até estar claro que algum movimento na hora da injeção pode causar dor, mas explique isso. A ansiedade e o medo podem deixar o paciente inquieto, e isso só vai atrapalhar! Há posições recomendadas para deixar a musculatura relaxada. Informe-as, demonstrando e conferindo isso com ele. O uso de ilustrações também pode ajudar!

5. Distraia a atenção

Você pode conversar com o cliente durante a injeção, o que permite perceber suas reações. Outra dica é recomendar que respire fundo na hora da aplicação. Quando você estiver a ponto de aplicar, diga: “Respire fundo!” Essa é uma boa forma de desviar sua atenção enquanto a agulha é aplicada.

6. Não estimule o medo. Nunca!

Qualquer pessoa vai depender de procedimentos médicos que exijam o uso de agulhas em algum momento da vida! Se hoje você estimula o medo em alguém, você vai gerar sofrimento futuro!

As frases abaixo podem parecer inofensivas, mas além de mentirosas, elas geram sentimentos de medo e castigo. E o resultado é sofrimento.

“Olha lá o moço do jaleco branco, ele vai te pegar.”

“Coloque o agasalho, se não vai ter que tomar injeção.”

“Tome os comprimidos corretamente senão vai acabar precisando da insulina.”

Neste artigo você conheceu as origens e as conseqüências negativas do medo de injeção. Também viu dicas comportamentais para lidar com esse assunto na farmácia.

Quer saber aprender mais? Acesse o e-book sobre aplicação de injeção. Publiquei recentemente. Nele eu apresento respostas completas para as dúvidas mais frequentes sobre este tema!

Referências:

  1. Fear of needles. In; Wikipédia: a encyclopedia livre. Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/Fear_of_needles. Acesso em: 12 abr 2016.
  2. Jenkins K. Needle phobia: a psychological perspective. British Journal of Anaesthesia. 2014;113(1):4-6.
  3. American Psychiatric Association. Fobia Específica. In: American Psychiatric Association, editor. Manual diagnóstico e estatítico de transtornos mentais 5a edição DSM-5201.