“Liderança é a habilidade de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente visando atingir objetivos comuns, inspirando confiança por meio da força do caráter.” - James C. Hunter

por Alvaro Gomes

A Liderança Servidora não é um novo estilo de liderança, pois, já é encontrada ao longo de toda a história. Um dos exemplos mais citados para demonstrar esse estilo de liderança é a famosa passagem bíblica onde Jesus lava os pés de seus discípulos e diz a eles que antes de liderar é preciso servir.

O termo “líder servo” promove um sentido dialético que exige um determinado grau de afinco para que se possa compreendê-lo em sua essência. Trata-se de um modelo que caminha na direção oposta do modelo de "chefia" que fomos orientados a seguir.

A maneira pela qual o líder se relaciona com seus liderados precisa ser pautada pela humildade, pela confiança e pelo respeito. Essa é uma das mais importantes mudanças que devem ocorrer em termos de gestão nas indústrias, principalmente no chamado “chão de fábrica” para que se possa construir um excelente ambiente de trabalho e uma relação interpessoal altamente assertiva entre gestores e colaboradores.

Recentemente li um excelente texto onde o amigo que o redigiu sugere uma mudança no termo "chão de fábrica" para "base de fábrica" ou base organizacional, devido ao grau de importância desse setor dentro de toda a cadeia produtiva da organização. Ele relaciona o "chão" como sendo o limite de onde não se pode descer mais. Já a "base" como sendo o alicerce que sustenta todas as demais camadas hierárquicas da companhia.

Olhando para essa base, podemos perceber que atualmente as indústrias dispõem de profissionais cada vez mais qualificados, tendo em sua maioria uma formação técnica que lhes garantem serem donos de seus próprios processos. Desse modo, entendemos que não há como profissionais que disponham de tais aptidões mostrarem-se anuentes a uma liderança autoritária. Neste ponto, caracteriza-se a importância de uma liderança que disponha de um alto nível de empatia orientada a confiança, a liberdade e ao respeito.

A liberdade e a confiança que um líder servo deposita em sua equipe, só fazem com que esses profissionais tragam cada vez mais excelentes resultados em prol do crescimento da empresa, da equipe, do “líder”, e para si próprios. Portanto, impor uma autoridade de chefe, estabelecendo uma distância entre seus chefiados, no final, só trará desgaste e uma rejeição generalizada de quase toda a equipe.

O líder servo ignora a hierarquia. Não diferencia os demais colaboradores e nem se coloca acima deles. Ele prioriza as pessoas porque sabe que é através delas que se obtêm os resultados. Diferentemente de "chefes" que priorizam resultados e deixam as pessoas sempre em segundo plano, e no final, acabam cobrando pelos mesmos não estarem sendo satisfatórios.

Entretanto, é necessário que se tenha a consciência de que antes de liderar pessoas é preciso conhecê-las. Ser empático, disponível e interessado. E para isso é necessário que também se tenha um excelente conhecimento de si próprio.

É preciso conhecer a si mesmo. Ter a consciência de que nunca estará completamente pronto como líder. Esse autoconhecimento é essencial para que se consiga entender os sentimentos das outras pessoas.

A autoridade é algo que se ganha pela confiança e pelo respeito que o líder transmite. Portanto, ter autoridade é muito diferente de impor autoridade. A primeira é conquistada, já a segunda, é a própria pessoa que impõe por meio de um falso poder que um cargo lhe proporciona.

Tendo como guia de regra a definição de James C. Hunter em sua fantástica obra "O monge e o executivo" trago a minha definição de liderança como sendo a:

"Habilidade de cativar e influenciar pessoas para que ajam entusiasticamente em prol de um objetivo comum, por meio de exemplo, caráter e conduta."

                           

                  Modelo da liderança de Hunter