A implantação dos Centros de Informações sobre Medicamentos nas instituições contribui para a diminuição dos custos dos serviços de saúde atribuída ao tratamento terapêutico, tanto no setor público como no setor privado e a inserção desse serviço especializado nas políticas públicas de saúde pode solucionar as situações clínicas dos pacientes ao fornecerem informações sobre os medicamentos assessorando os farmacêuticos, médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde  contribuindo com a universalidade e integralidade no acesso e Uso Racional de Medicamentos. 
 
Os CIMs caracterizam-se por fornecerem informação farmacológica, terapêutica e toxicológica atualizada e confiável, objetiva, oportuna, imparcial e imune as pressões políticas, econômicas e comerciais, fidedigna, atualizada e disponível em tempo hábil aos profissionais de saúde, isenta dos interesses corporativos, desvinculada de preconceitos, atualizada e baseada na produção científica consistente e com a profundidade coerente com o público desejado.
 
Entre as atividades desenvolvidas pelos centros, estão: responder perguntas aos profissionais de saúde e ao público, auxílio às equipes médicas e de enfermagem em suas decisões envolvendo medicamentos, revisão do uso e atividades de pesquisa sobre medicamentos, execução de programas de medicina baseada em evidências (utilizada para a tomada de decisões terapêuticas), informação toxicológica, suporte ás comissões de farmácia e terapêutica e comissões de infecção hospitalar, participação na elaboração de formulário terapêutico, notificação de alertas sobre segurança e qualidade de medicamentos, produção periódica de boletins informativos, alertas, palestras, colunas em jornais, estágio, educação continuada, cursos sobre temas específicos da farmacoterapia, além de agregar atividades de farmacoepidemiologia e farmacovigilância.
 
Requisitos mínimos para a implantação de um CIM 
 
Custos: Para a manutenção devem ser considerados os custos operativos tanto da atualização de fontes de informação como o pagamento de pessoal especializado e sua atualização periódica, o que é um dos aspectos que determinam a qualidade do serviço. Nos custos de instalação do Centro dois aspectos estão presentes: a dotação inicial e o financiamento do recurso humano. O financiamento do CIM é normalmente provido pela instituição que o comporta, mas também pode ser institucional e convênios e institucional de projetos. 
 
Recursos Humanos: Dispor de pessoal habilitado com pelo menos um farmacêutico em tempo integral capacitado no manuseio de fontes de informação com treinamento e experiência clínica. 
 
Fontes de informação: Devem ser confiáveis, internacionalmente reconhecidas e contendo dados seguros, independentes e atualizados. É preferível que estejam divididas em:
- Primárias: constituídas por artigos científicos.
- Secundárias: Consistem em serviços de indexação e resumos da literatura primária.
- Terciárias: Apresentam a informação documentada no formato condensado, com maior acessibilidade e facilidade para o usuário. 
- Fontes alternativas: acessadas quando não é possível encontrar a informação desejada nas fontes terciárias, secundárias e primárias como as páginas “web”, listas de discussão, organizações profissionais, agências de avaliação de tecnologias em saúde, indústrias farmacêuticas e centro de informação toxicológica e de medicamentos. 
 
Sugere-se que a busca de dados comece pelas fontes terciárias por ter mais disponibilidade, facilidade de manuseio, agilidade no uso, objetividade e variedade da informação, seguida das fontes secundárias e primárias, sempre com avaliação crítica da literatura pelo farmacêutico especialista em informação sobre medicamentos para fornecer a informação mais atual, objetiva e ágil.
 
Uma interpretação errônea consiste em comparar os serviços de um CIM com os de uma biblioteca, um centro de documentação, um banco de dados ou ainda um computador. 
 
Estrutura física: O espaço deve se delimitado e diferenciado de outras atividades, de fácil acesso para garantir a possibilidade de relação direta com o usuário e para exercer as atividades adequadamente sugere-se que tenha mesas, cadeiras, arquivos, estantes, materiais para arquivo e meios de comunicação.
 
Controle de Qualidade: Existem vários critérios para avaliar a qualidade do serviço prestado por um CIM, como qualificação dos profissionais que trabalham no centro, avaliação da resposta, o número de consultas realizadas, os temas solicitados, o tipo de solicitante, tipo de instituição, a relação entre o número de consultas recebidas e o número de consultas atendidas, tipo de publicação/ano, fontes bibliográficas utilizadas para resolução da pergunta e o tempo de resposta.
 
Os Centros de Informação sobre Medicamentos são estratégicos na Assistência Farmacêutica e por isso deve-se mostrar sua importância visando sua maior abrangência para auxiliar os profissionais na promoção da saúde com informações técnico-científicas no manejo, farmacovigilância, farmacoepidemiologia, diagnóstico, tratamento, avaliação e prevenção de potenciais erros de medicação e da resposta terapêutica ineficaz do cuidado ao paciente e na orientação da população que sai das consultas com dúvidas, contribuindo para a disseminação da informação sobre o uso seguro e racional, nas instituições públicas e privadas, segmentos de empresas, estabelecimento de ensino e pesquisa.
 
Também transmite segurança para os Farmacêuticos e profissionais de saúde que geralmente não possuem tempo e condições para se atualizarem constantemente devido a grande quantidade de publicações científicas que são divulgadas periodicamente e dispõem de um serviço de farmácia com qualidade, atualizada e seguindo a metodologia da medicina baseada em evidências.
 
Este artigo é baseado no Trabalho de Conclusão de Curso da Pós-graduação em Farmácia Hospitalar de Patrícia Rennó
Farmacêutica Pós-graduada em Farmácia Hospitalar. 
Experiência na área de Farmácia Pública e Oncológica e criadora do Blog e perfis nas redes sociais da “Farmacêutica curiosa”.