Experimente calçar os meus sapatos!
Há ainda quem acredita que temos o “direito” de julgar os outros em função de diferenças como: cor, raça, crenças, opiniões, gênero, posição social, cargo, etc. Direito não temos, mas, não conheço quem não o faça, ainda que inconsciente, é algo incontrolável que requer muita disciplina para minimizar sua ocorrência.
Alguns identificam o julgamento e o abortam dizendo a si (diálogo interno): isso não é problema meu, não tenho que julgar ninguém ou não tenho nada a ver com isso. Já outros, adotam como foco, hábito não questionado e julga os outros, como sendo um de seus propósitos de vida. Esses acabam não tendo vida própria, pois se ocupam com a vida alheia, em julgar e comparar-se aos outros visando sentir-se aceito e melhor.
Considere que cada um de nós teve sua criação, constituída e moldada por valores e crenças familiares, além de modelamos comportamentos do pai e mãe na fase de socialização. Tal condição nos torna, únicos, com qualidades, defeitos e acreditando viver da “melhor” forma possível para aprender as lições de vida, como todos os humanos.
Nas diversas narrativas singulares, sobre vida pessoal e profissional, ouço e constato recorrentemente, alguns se comparando e julgando outros. Questiono diretamente, qual o propósito desta atitude? Quais os ganhos que obtém com isso? Geralmente a pessoa busca uma resposta interior, não identifica o propósito, sente-se constrangida, pois percebe que comumente não questiona boa parte de seus comportamentos disfuncionais e automáticos. No entanto, a saída reside na autocrítica, que é o ponto de partida para aqueles que desejam controlar ou mudar uma atitude ou comportamento habitual.
O que será que ainda impede alguns de perceber e aceitar o fato que, cada qual tem sua própria vida e o direito de vivê-la como quiser ou puder, sem que ninguém interfira ou emita opinião, quando não solicitada?
De forma geral, isso ocorre em função da crença que alguns mantêm como “verdade” e operam sobre a “certeza” de que são melhores, mais espertos, inteligentes, certos e mais competentes do que os outros, assim, eles se reafirmam, julgando os outros como errados. Atitude simples, prática, defensiva e disfuncional a quem a pratica! Veja como é fácil, acabei de julgar!
Não julgue as opiniões ou decisões alheias se você não conhece os fatos e suas razões. Julgar é fácil e por vezes um ato covarde, experimente conscientizar-se, compreender e aceitar as diferenças do outro. Afinal, não somos melhores ou piores do que ninguém, apenas únicos e diferentes.