Existem diversas matérias, artigos e entrevista de CEOs, que estão procurando novos modelos de gerir empresas, e incentivar seus colaboradores a participarem com ideias e sugestões que possam ser utilizadas para melhorar a imagem e o desempenho das companhias.

A matéria que segue abaixo é um dos capítulos do livro que publiquei sobre novos modelos de Gestão e Liderança, em fevereiro de 2013, depois de muita leitura e pesquisas.

Os conceitos de comportamento interpessoal são analisados pelos psicólogos sociais e especialistas em dinâmica de grupo, indicando os dois níveis de atividades de interação no grupo:

Primeiro o nível da liderança orientada para as pessoas; segundo o nível de liderança orientada para a tarefa. Sobre esse tema Idalberto Chiavenato 2004, afirma:

 

“Liderança centrada na tarefa (job centered) é um estilo de liderança preocupado com a execução da tarefa e com resultados imediatos. É típica de organizações que costumam concentrar as pessoas em cargos isolados e individualizados, superespecializados, com procedimentos rotineiros e padronizados, seguindo regras e regulamentos”.

 

“Liderança centrada nas pessoas (emplovee centered) é um estilo de liderança preocupado com os aspectos humanos que procura manter uma equipe de trabalho atuante, dentro de maior participação nas decisões. Dá mais ênfase às pessoas do que ao trabalho em si, procurando compreender e ajudar os subordinados, preocupando-se mais com as metas do que os métodos”.

                                                                                                                      

Ainda citados por Idalbeto Chiavenato 2004, White e Lippitt, estudaram e analisaram a influência de outros três tipos de liderança que estão relacionadas com as pessoas e seus desempenhos frente às organizações a que pertencem que são:

 

Liderança autocrática – O gestor/líder centraliza totalmente a autoridade e as decisões. Os subordinados não tem nenhuma liberdade de escolha. Neste tipo o líder é dominador, emite ordens e espera obediência plena e cega dos subordinados. (Hoje em dia este tipo de líder acaba sendo questionado, pois não se aceita mais a imposição. O líder atual procura a unificação da equipe em torno de seus objetivos, dando ampla liberdade para apresentação de ideias e sugestões que possam melhorar o trabalho, a imagem e a busca pelos seus objetivos e metas pré-determinados.).

 

Liderança liberal – O gestor/líder permite total liberdade para as tomadas de decisões individuais ou em grupos, delas participando apenas quando solicitado pelo grupo. O comportamento do líder é evasivo e sem firmeza. (Este tipo de liderança também na atualidade pode ser contestada, pois observa-se que o líder se ausenta das decisões, e é dever do líder auxiliar sua equipe na busca de resultados, não apenas observar se ela conseguirá ou não. Tem que haver um envolvimento maior nas atividades e tarefas da equipe. Não pode ser o “paizão”, mas também não pode ser o ditador. Tem que haver um equilíbrio.).

 

Liderança democrática – O gestor/líder é extremamente comunicativo, encoraja a participação das pessoas e se preocupa igualmente com o trabalho em grupo. O líder funciona como um facilitador para orientar o grupo, ajudando-o na definição dos problemas e soluções, coordenando atividades e sugerindo ideias. (Este estilo de liderança atualmente é o mais procurado, um líder que saiba conduzir sua equipe. Aquele profissional que diz “nós iremos e faremos” não o que diz “vocês vão e façam”. É o líder que conquista o respeito de seus subordinados, passa a ser admirado e não temido. É aquele que tem mais chances de executar e conquistar os objetivos e metas da empresa, além de integrar os indivíduos que a compõe. É aquele que tem sua equipe de trabalho sob seu controle.).

 

Os conceitos de comportamento interpessoal são analisados pelos psicólogos sociais e especialistas em dinâmica de grupo, indicando os dois níveis de atividades de interação no grupo:

 

Primeiro nível a tarefa; segundo nível sócio-emocional.

 

A liderança é exercida nesses dois níveis, com predominância de um deles para se definir o estilo manifestado de liderança. Este estilo possui duas dimensões distintas de necessidade do líder: primeiro o de controle e segundo o de participação, que corresponderiam aos dois níveis do funcionamento do grupo. Sob esse aspecto é possível determinar o estilo de liderança a estrutura do grupo e avaliar a diferença entre as necessidades manifestadas pelo líder e as oportunidades que ele possui de satisfazê-las na posição que lhe é atribuída nessa estrutura. Ainda se pode analisar a relação entre os valores dos líderes e integrantes do grupo e, a satisfação com as tarefas e sua produtividade. Estes dois estilos de liderança são: Primeiro orientado para o controle/tarefa, e o segundo orientado para participação/manutenção e fortalecimento do próprio grupo.

 

Idalberto Chaivenato considera que o líder, de acordo com Tannenbaum e Schimidt, deverá se adaptar a situação e escolher o estilo e padrão de liderança que supra a sua necessidade, com base em três aspectos:

 

1- As Forças do Líder – A motivação interna do líder e outras que atuam sobre ele;

 

2- As Forças dos Subordinados – A motivação externa fornecida pelo líder e outras forças que atuam sobre os subordinados;

 

3- As Forças da Situação – As condições dentro das quais a liderança é exercida.

 

Portanto a liderança deve ser exercida com muita flexibilidade, pois no processo decisório são muitas as considerações que devem ser levadas em conta, e o gestor/líder desenvolve um papel de extrema relevância no sucesso desse processo, mas também deverá levar em consideração a satisfação de seus subordinados.

 

Premissas do Trabalho em Equipe.

Para que possamos considerar uma verdadeira equipe de trabalho, há a necessidade que seus integrantes, em primeiro lugar, gostem um dos outros. É o apego, a amizade, a benevolência e a simpatia que fará com que um integrante reconheça as inabilidades do outro, e ao invés de ressaltá-las, apontá-las e criticá-las, irá fazer com que procure auxiliá-lo e ampará-lo no que for possível para sanar estas inabilidades. É a humildade de seus integrantes que ajudará a reconhecer que um trabalho não é mais importante que o outro. A confiança e a responsabilidade que dará a tranquilidade e o equilíbrio necessário para que os integrantes da equipe ou grupo de trabalho possam desenvolver seus trabalhos sem a preocupação com as tarefas que não são de suas atribuições, mas que complementam os seus. A lealdade entre os membros do grupo de trabalho de um com os outros, é que dará a tranquilidade e a despreocupação em se protegerem de seus próprios companheiros. O respeito que é que alimentará a união e um relacionamento saudável, evitando provocações, magoas e desentendimentos. É o prazer em fazer parte dessa equipe de trabalho que irá mantê-la unida, satisfeita e disposta a enfrentar novos desafios e tarefas.

 

Um grupo de trabalho ou uma equipe, deve sempre ser e estar unida com interesse em cumprir seus objetivos e metas, levando sempre em conta, que a cooperação e interação entre os membros é um dos fatores essenciais. Esta equipe compreende que sua participação na vida das pessoas é limitada, que nem sempre as condições de vida dessas pessoas são as mais desejadas, portanto sua participação, por menor que seja, é extremamente importante e merecedora de todo o cuidado, dedicação e esforço possível, e para que isso ocorra é necessário que este grupo de trabalho ou equipe esteja totalmente harmonizada.

 

Simples não? Mas não é tão simples. A primeira providência deve ser o desenvolvimento da paciência, tolerância, respeito e confiança no colega de equipe. Observar atentamente pensamentos e as atitudes, respeitar ideias e condutas, expressar posicionamentos contrários e censurar comportamentos dos colegas no momento certo e de maneira amigável, assim como, deverá também ter uma boa noite de sono, despertar com disposição e vontade para desenvolver suas tarefas, são metas e necessidades.

 

A dissonância de um integrante da equipe será percebida e sentida por todos os outros, que consequentemente terão que aumentar seus esforços para manter a harmonia geral e o cumprimento das tarefas. Portanto deve-se estar atento as necessidades dos integrantes dessa equipe para que possa oferecer auxílio sem que seja solicitado, com calma e discretamente, sem orgulho, com desprendimento e humildade para que seja mantida a união e integração entre os membros da equipe.

 

Uma equipe para ter sucesso deverá ter harmonia, tanto nas alegrias quanto nas dificuldades, encarar os problemas e dificuldades como oportunidade de crescimento e aprendizado, unir e alinhar suas forças em beneficio de todos.

 

Quais são os benefícios que as empresas alcançariam alterando seus “grupos de trabalho” para “equipes de trabalho”? Vamos a eles:

 

Ø  Aumento de Produtividade – Visão para novas oportunidades que passariam despercebidas pelo gestor comum. Empresas que viram as equipes apenas como forma de redução de custos não se decepcionaram.

Ø  Melhora na Comunicação – Informações compartilhadas e trabalho delegado, equipes realizam trabalhos que um grupo comum não pode realizar. Existem conhecimentos demais para que uma única pessoa apenas ou turma de colaboradores possa saber tudo e que possa competir com uma equipe formada por indivíduos versáteis.

Ø  Melhora no Emprego de Recursos – As equipes de trabalho focam seus recursos mais relevantes diretamente nos problemas. Nada pode ser desperdiçado.

Ø  Maior Criatividade e eficiência na solução de problemas – As equipes possuem maior motivação e estão mais próximas dos clientes e harmonizam-se. As equipes possuem muito maior conhecimento da empresa e sua estrutura.

Ø  Decisões de Alta Qualidade – Premissa do conhecimento compartilhado.

Ø  Aperfeiçoamento de Produtos e Serviços – As equipes elevam seu conhecimento, e aplicam no momento correto, é fundamental para o aperfeiçoamento constante.

Ø  Processos são Melhorados – As equipes que detém os conhecimentos de todas as funções podem remover os obstáculos e acelerar o ciclo.

Ø  Diferenciam enquanto Integram – As equipes de trabalho possibilitam as empresas mesclar indivíduos com diferentes tipos experiências e conhecimentos, sem que as diferenças entre eles danifiquem o conjunto da empresa.

  

Para que as equipes de trabalho possam alcançar progresso, antes de qualquer coisa, deverá possuir uma liderança (gestor/líder) capaz, competente, qualificada e influente entre seus colaboradores, com isso inevitavelmente conquistarão o sucesso em qualquer tarefa ou atividade. Cada componente, integrante dessa equipe, deverá estar inteirado sobre os resultados que deverá alcançar e as qualificações necessárias que precisará para obter eventuais promoções.

 

Essa liderança deverá ter atenção aos seguintes tópicos:

 

Ø  Escolher adequadamente os integrantes e suas funções – Deverá compor a equipe de trabalho, indivíduos que tenha verdadeiramente a experiência, o conhecimento e o interesse sobre o tema a ser tratado. Fora isso, deverá ser definido as funções de cada componente da equipe, e se necessário esta equipe poderá consultar especialistas para que estes possam esclarecer e orientar, consultores, aspectos importantes que necessitem de conhecimento específico.

Ø  Estabelecer a Missão da Equipe – Deverá elaborar um documento formal, onde esteja claramente estabelecida a sua missão, o resultado ou produto final que é esperado de seu trabalho, da equipe e as condições para executá-lo.

Ø  Planejar o trabalho e a Criação de Regras – A liderança em conjunto com sua equipe deverá desenvolver um planejamento de trabalho para o comprimento de sua missão e também estabelecer normas e procedimentos para seus integrantes. A prática nos demonstra que esse planejamento deverá ser flexível, que permita alterações, correções e agregação de valores em qualquer instante. Às regras deverão beneficiar com clareza as principais perspectivas do processo de decisão, evitando a burocracia e a rigidez excessiva (engessamento) da equipe de trabalho.

Ø  Elaborar o Ambiente – O ambiente de trabalho deverá estimular a participação de todos os integrantes da equipe. Deverá encontrar um meio ou método apropriado para que a maioria de seus integrantes se sinta encorajado, disposto, motivado. As ideias que surjam ou sejam expostas, não devem ser vistas em hipótese alguma de  modo pessoal, e não deverão ser rejeitadas imediatamente sem uma análise mais profunda e detalhada de todos, por mais paradoxais que possam parecer. A contrariedade deve ser evitada, assim como a defesa de “interesses setoriais ou pessoais”. É importante que a equipe esteja ciente de que seu trabalho é independente, porém direcionado para um beneficio maior da empresa.

Ø  Estabelecer a Comunicação – Os componentes da equipe devem comunicar-se, entre eles e com outros setores ou áreas da empresa, de maneira clara e aberta. Aspectos mais complicados devem ser motivo de análise e apresentação por parte dos componentes, lançando mão dos recursos educacionais disponíveis da empresa, como data-show, notebooks, projetores, DVDs, etc. Como sempre afirmei, a comunicação é algo fundamental. Hoje as empresas sabem que as pessoas perdem muito tempo falando “umas das outras” ao invés de “umas com as outras”.

Ø  Utilizar Ferramentas Gerenciais – Valer-se sempre de métodos, maneiras e abordagens cientificas. As análises, avaliações e estudos devem buscar o máximo de informações possíveis para que o processo de decisão esteja embasado em dados confiáveis. A utilização de ferramentas de gestão deve ser generalizada.

 

De acordo com Katzenbach e Smith 1994, “a melhor maneira de compreender as equipes é examiná-las. Suas próprias narrativas revelam suas realizações, conhecimentos, emoções e compromisso, melhor do que qualquer comentário abstrato ou apresentação lógica. As equipes reais estão profundamente compromissadas com o seu propósito, suas metas e com sua abordagem”.

 

Portanto, conseguindo uma boa equipe de trabalho, deve-se encontrar maneiras de mantê-la e evitar que ela se desgaste, tornando-se um grande empecilho. A equipe sobrevive ao sucesso esforçando-se para a manutenção do nível de atenção aos seus processos quanto ela mantinha no início de seus trabalhos e quando começou a ter êxito. O ponto de referencia é a busca pela melhora continua, a ideia de que os processos podem e devem ser melhorados.

 

A razão para se ter uma equipe de trabalho, ao longo do tempo é que, com o conhecimento, a inteligência e a experiência prática, essa equipe cresça, se multiplique e se propague. O ser humano, de vez em quando, confunde “informação com conhecimento”. Informação é o que se possui em abundância pelo mundo, ainda mais agora com os meios digitais, é indispensável para o cumprimento de diversas tarefas. O conhecimento é o ponto de vista sobre a informação, a teoria que dá um contorno e significado, que acontece dentro das pessoas e que nos transforma e nos permite mudar, nos tornam humanos.