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Quem nunca? Ambientes impregnados por profissionais tóxicos existem aos milhões mundo afora e passar por um deles, infelizmente, é mais do que normal em algum momento da carreira. Profissionais de cujas bocas – e pontas dos dedos – escorre veneno são inerentes a qualquer negócio, afinal, estamos falando de seres humanos.

Mas qual o impacto dessa toxicidade no dia a dia da corporação? Pode mesmo uma laranja podre contaminar o cesto todo, como diziam os antigos?

Segundo um estudo divulgado pela Harvard Business Review com mais de 60.000 funcionários de firmas de tamanhos e setores distintos, profissionais tóxicos “contaminam sim” os ambientes, desanimando times e provocando estragos consideráveis em todos os estratos da pirâmide.

Apenas para citar três números da pesquisa:

  1. Na visão de 66% dos entrevistados, a contaminação por colegas tóxicos contribui para diminuir o seu desempenho na corporação;
  2. Para 78% deles, a presença de colegas nocivos afeta seu compromisso com a organização;
  3. E, na opinião de 80%, perde-se tempo e energia quando se trava para se preocupar com uma ofensiva tóxica.

A Harvard Business Review divide os profissionais tóxicos em seis tipos (ou perfis) – e frisa que um mesmo profissional pode, em certos casos, portar características de mais de um tipo.

Os títulos são da pesquisa, os pontos de vista são meus:

1. O preguiçoso

Vive dando desculpas para não colocar a mão na massa. Pior: repassa tarefas para quem está deveras ocupado. É o mestre da procrastinação.

2. O valentão

Intimidador e agressivo, age como rei do bullying. Não conhece o termo “assédio moral” e, quando confrontado com ele, costuma sair pela tangente com desculpas como “é mimimi”.

3. O fofoqueiro

Com veneno escorrendo pela boca, é o tipo a ser evitado. Se notabiliza por ser uma central de boatos ambulante. Adora reverberar más notícias e se notabiliza como o último para quem devemos contar algo – qualquer algo.

4. O lobo solitário

O “gênio incompreendido”. Acredita que pode tocar projetos sozinhos e, sempre que dá, puxa para si os louros que deveriam ser da equipe. Desrespeita a cultura da empresa, em nome de um (suposto) rito próprio.

5. O confuso

Este acredita que “escritório” significa “consultório” e que suas questões pessoais não só podem, como devem, entrar na cota de deliberações da empresa. O confuso nem chega a ser mal-intencionado, mas que atrapalha, atrapalha.

6. O senhor sabe tudo

Tapado por natureza, crê piamente que ele é quem influencia comportamentos na organização, seja ela de qual tamanho for. Tem a mente fechada para o novo, rejeita o aprendizado e critica a curiosidade. Em resumo: um tonto.

Veneno além-muro

Em um mundo coalhado de redes sociais, WhatsApp e apps, um funcionário tóxico pode provocar estragos consideráveis. Tome-se por exemplo alguém que não saiba o valor do RH e decida se vingar (ainda que sem motivo) de um colega ou chefe.

Quem perde mais? Ele, a vítima do bullying, a firma, que tem seu nome manchado, os colegas de outros departamentos, que podem participar da dor de cabeça, os consumidores ou os acionistas?

A saída está em dois pontos, ao meu ver: no fortalecimento da cultura, que permite com mais celeridade que a tal laranja podre seja identificada e neutralizada antes de contaminar o cesto; e no campo jurídico, adotando medidas legais significativas para evitar danos mais graves antes que tudo vá parar longe demais.

Acordos legais assinados por ambas as partes, a colocação de especialistas em RH para mediar eventuais conflitos e um alinhamento constante com os valores da empresa ajudam nesse processo. Mas não nos iludamos: eles não resolvem 100%.

* Originalmente publicado na minha coluna no blog da Comunidade Rock Content

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Marc Tawil

Jornalista, radialista e escritor. Nº 1 Top Voices LinkedIn. Dirijo a Tawil Comunicação, agência de comunicação corporativa que fundei em 2010, em São Paulo, e a MTWL, minha marca pessoal. Comento o Café das 6h - SP ao lado de Mariana Godoy na Rádio Globo FMe sou diretor de Comunicação do Instituto Capitalismo Consciente Brasil. Atuo como coordenador na Câmara de Comércio França-Brasil e como conselheiro do Adus | Instituto de Reintegração do Refugiado, do Grupo Comunique-se e do Gaia +. Sou 1º Embaixador Corporativo do Cabify Empresas no Brasil e Embaixador da Igualdade Racial pelo Instituto Identidades do Brasil. Escrevo para os portais Transformação DigitalComunique-se Rock Content e estou editor-chefe do Plikko.

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