BURNOUT, você sabe o que é?
Vivemos momento turbulento com um cenário profissional onde, pessoas são demitidas diariamente. Os que estão empregados acumulam funções de seus colegas, se submetem a jornadas de trabalho exaustivas e improdutivas, visando preservar seu emprego. Isso infere diretamente na: baixa da qualidade de vida do profissional, baixa de sua autoestima e aumenta exponencialmente seu nível de estresse em função da pressão (interna e externa) sofrida cotidianamente e que, contribui para um estado mental negativo e desfavorável quando se pensa em criar saídas para tal situação. O quadro descrito é um ingresso garantido para o burnout – (queimar-se), a doença do esgotamento profissional!
Se você percebe que está sempre estressado, sentindo-se física, mental e emocionalmente esgotado, você pode estar próximo de sofrer um burnout. Quando se vivencia tal estado, seus problemas parecem insolúveis e intransponíveis, tudo parece caótico, desolador e, é difícil obter energia para se importar ou entrar em ação pró alguma coisa, quanto mais, fazer algo para mudar sua atual situação. Caso consiga reconhecer os sinais e sintomas de burnout iminente, você pode assumir o controle da situação e entrar em ação para evitá-lo. As principais estratégias de prevenção de burnout incluem: priorizar-se puxando o foco de atenção e cuidados para si, seja emocionalmente ou fisicamente, peça ajuda, recorra a um psicólogo ou psiquiatra quando precisar de uma avaliação mais pontual.
Identificando o burnout -> Trata-se de um estado de esgotamento emocional e físico causado pelo estresse excessivo. Isso ocorre quando você se sente sobrecarregado e incapaz de lidar e satisfazer as constantes demandas advindas de seu trabalho. Vez que a pressão e tensão são continuadas, você tende a perder o interesse e motivação que o levaram a assumir e exercer sua função profissional.
O burnout mina sua produtividade e drena sua energia, faz você sentir-se desesperado, impotente, cínico, pessimista, negativo e ressentido diante de sua vida de forma geral. O resultado observado do burnout é a infelicidade generalizada, fato que pode ameaçar seu emprego, relacionamentos e sua saúde.
A síndrome não surge do nada e nem de uma hora para outra. Trata-se de um acúmulo oriundo geralmente da dificuldade de comunicar-se assertivamente e falta de limite consigo e para com os outros. O burnout, imageticamente, lembra uma enchente prestes a transbordar e devastar uma cidade. É difícil de se combater, vez que já esteja no meio dela. Neste caso, é importante estar atento para reconhecer os primeiros sinais de esgotamento e tomar atitudes para evitar e preveni-lo. Burnout advém do estresse, logo, quanto mais rápido reconhecer os sintomas de estresse e superá-los, aumentará sua possibilidade de evitar a síndrome.
Sinais e sintomas de burnout -> Inicialmente tendem a ser mais mentais do que físicos e podem incluir: sensação de estar aprisionado, de ter falhado, cinismo, desespero, esgotamento emocional, desesperança, desconexão com a realidade, apatia, isolamento, baixa de libido, Impotência sexual, irritabilidade e frustração.
A síndrome de burnout, comumente se manifesta de duas formas:
Irritabilidade, quando você observa que tem se irritado frequentemente com as pessoas ou agindo de forma maldosa com as mesmas.
Depressão, quando você observa que sente sono e quer dormir o tempo todo, ou se sente muito cansado e sem vontade de fazer qualquer coisa ou mesmo se socializar. Pode desencadear comportamentos excessivos, como uma fuga de seus sentimentos negativos, tais como: sexo, bebidas, medicamentos ou compras em excesso. Seus relacionamentos pessoais e profissionais podem começar a ruir, em função da perda de confiança nos outros, sob a crença de que as pessoas agem de maneira egoísta e nada posso fazer.
Estresse X burnout - diferenças -> Burnout comumente resulta de estresse prologado, mas não é o mesmo que o excesso de estresse. Estresse, de forma generalizada, envolve excesso de pressões cotidianas que exigem demais de você física e psicologicamente. No entanto, pessoas estressadas ainda acreditam que se elas puderem manter o controle das situações, se sentiriam melhor.
Já o burnout, se relaciona a falta existencial. Viver com essa síndrome, significa se sentir vazio, ausência de motivação, e não se importar com mais nada. Pessoas que enfrentam burnout não sentem e nem veem a mínima esperança de mudança positiva em sua vida.
Estresse - > Caracterizado por excesso de atuação, onde; as emoções são exageradas; gera urgência e hiperatividade; perda de energia; conduz à ansiedade; o dano primário é físico e pode levar a morte precoce, em alguns casos.
Burnout -> Caracterizado pela desconexão da realidade, onde; as emoções são embotadas; gera sentimento de impotência e desesperança; perda de motivação, ideais e esperança; conduz à depressão e ao desprendimento com o mundo; o dano primário é emocional e traz o sentimento de que a vida está sem sentido. Outra diferença comum entre o estresse e burnout é, enquanto se está consciente de estar sob um intenso estresse, nem sempre se percebe quando o burnout ocorre. Os principais sintomas são: desespero, cinismo e desprendimento dos outros, podem demorar meses para se manifestarem.
IMPORTANTE -> Caso alguma pessoa próxima a você, perceber mudanças em sua atitude ou comportamento que são típicos de burnout, ouça-a. aceite e peça a ela para buscar ajuda para você.
Burnout no Trabalho -> É o ambiente mais comum de ser observado, até porque, é onde passamos a maior parte do tempo. Há uma enorme diferença entre um ou dois maus dias de trabalho e burnout causado pelo trabalho. Em geral, vez por outra, todos nos sentimos entediados, sobrecarregados, ou negligenciados; quando o esforço e desempenho de nossas tarefas não são reconhecidas, nem recompensadas; quando ir para o trabalho requer um esforço Hercúleo. Desta forma, você pode estar à beira do burnout se: todos os seus dias no trabalho são ruins ou péssimos; se importar com o seu trabalho parece ser um total desperdício de energia; a maioria de seu dia é gasto em tarefas que você percebe como chatas ou desagradáveis; nada que você faça, parece fazer diferença num trabalho cheio de abuso moral, pessoas sem noção, ou superiores, colegas e clientes “ingratos”.
Atente para a diferença, burnout no trabalho não é o mesmo que o estresse gerado pelo trabalho. Quando você está estressado, você ainda se importa demais com as demandas a cumprir, mas quando está com burnout, você não se importa com possíveis consequências de suas atitudes e nem visualiza ou nutre a menor esperança de melhora em seu estado.
Causas de burnout -> Algumas carreiras concentram maiores taxas de burnout, mas ocorre indistintamente em todas as profissões. Os que correm maior risco são os profissionais que se sentem mal remunerados, não reconhecidos ou criticados por razões que desconhecem ou fora de seu controle. Profissionais que atuam voltados para atender às necessidades dos outros, especialmente se o trabalho o expõe ao contato frequente com o lado obscuro ou trágico da experiência humana.
Demais causas de burnout no trabalho incluem: definir metas irrealistas para si ou auto impostas; ser exigido em muitas coisas e por muitas pessoas; trabalhar sob regras rígidas, altamente coercitivas ou punitivas; desempenhar função que viole seus valores pessoais frequentemente; entediado em função das tarefas repetitivas, que nunca mudam ou não o desafiam. sentir-se sem escolha e refém da situação, por razões econômicas, em alguma função que se encaixa em um dos cenários descritos.
Prevenção -> A melhor forma e mais eficaz para evitar o burnout no trabalho é interromper o ciclo vicioso, parar de fazer o que você faz repetidamente e buscar fazer outra coisa, mesmo que isso signifique mudar de emprego ou carreira. Caso essa saída não seja uma opção para você, existem coisas que você pode fazer para melhorar sua situação e o seu estado de espírito.
Peça Ajuda. Não hesite em procurar um psicólogo, psiquiatra ou mesmo, um médico clínico geral que possa diagnosticá-lo inicialmente e ajuda-lo a avaliar as melhores formas de lidar com a situação.
Descritivo funcional de seu trabalho. Solicite ao seu superior, seu descritivo funcional atualizado de seu trabalho, contendo seus deveres, obrigações, responsabilidades e resultados esperados. Assim, você poderá constatar que algumas das tarefas que executa não são parte das atribuições de seu trabalho, e poderá demonstrar que você está sendo exigido além dos parâmetros de seu trabalho definidos pela empresa.
Solicitar transferência. Caso a empresa em que atue, seja grande, pedir transferência é uma possibilidade plausível, visando escapar do ambiente tóxico. Para tanto, converse de forma franca e direta com seu superior ou com o RH, e candidate-se a uma nova posição em outra área/ departamento.
Atuar em nova função. Recomenda-se inserir variedade de atividades em sua vida profissional, visando quebrar a rotina repetitiva de longos anos fazendo mais do mesmo. Busque junto ao seu superior, oportunidade para experimentar algo novo: mude a faixa etária dos alunos a quem ministrará aulas, mude sua região de vendas e atenderá novos clientes, utilize outras máquinas, sistemas ou novos processos.
Dê um tempo. Caso identifique que o burnout é inevitável, negocie com a empresa e afaste-se por um tempo do trabalho. Saia de férias ou use os seus dias acumulados no banco de horas, peça uma licença temporária, enfim, qualquer atitude que possa removê-lo, ainda que temporariamente, dessa situação. Aproveite o tempo de distância do cenário, para ganhar perspectiva, se reorganizar, recarregar as baterias, criar nova saída e decidir sobre a situação.
Cuide da sua saúde. É fundamental manter sua saúde física, alimente-se bem, durma o necessário para renovar sua energia e faça exercícios rotineiramente.
Ame-se, cuide de você. É fundamental que você esteja sempre atento às suas necessidades, encontre formas de satisfazê-las e coloque-se em primeiro lugar. Lembre-se, é impossível trabalhar e performar quando você não está bem, feliz e equilibrado.
Crie e mantenha relacionamentos. É fundamental ter vida além de seu trabalho. Portanto, se você atua como workholic, invista em novas rotinas e hábitos. Invista ainda mais em socialização, em novas amizades e relacionamentos. Saiba que isolar-se, contribui e muito, para a síndrome de burnout, enquanto relacionamentos variados contribuem para reduzir o seu impacto.
Se você ainda tem dúvida, ou identifica-se com alguns sintomas aqui citados, entre em contato – marcio@mccoaching.net
Marcio Caldellas – Psicólogo clínico, Personal, Career & Executive Coach certificado pela Sociedade Brasileira de Coaching e BCI – Behavioral Coaching Institute – USA. Sólida carreira desenvolvida em Executive Search como Headhunter atuando com posições executivas. – www.mccoaching.net