“Assédio Moral” é caracterizado como um “Dano  Moral”, que significa:

Atingir de forma grave a esfera no âmbito social e pessoal de determinado indivíduo.

Traz como consequência ofensa à honra, ao afeto, à liberdade, à profissão, ao respeito, à psique, à saúde, ao nome, ao crédito, ao bem estar e à vida, sem necessidade de ocorrência de prejuízo econômico.

Para que seja configurado o assédio moral, deve existir: a ação (ato ilícito), o nexo causal (ações que geram o dano) e o prejuízo (sofrimento físico e/ou psíquico).

Importante deixar claro que segundo a jurisprudência, se caracteriza conduta típica de assédio moral quando ocorre uma conduta abusiva, extrapola o limite do aceitável, além disso, precisa ter a intencionalidade, a repetição ousistematização.

O termo surgiu em setembro de 1998, quando a psicanalista francesa Marie France publicou um livro chamado “Assédio Moral: A violência perversa no cotidiano”, tal livro foi publicado no Brasil no ano de 2000.

A autora faz uma análise, a partir de diversos casos testemunhados.

Com base em sua experiência clínica, ela se coloca na situação de vitimóloga, do lado das pessoas agredidas e levanta um alerta contra toda tentativa de banalização da violência. Enfatiza que esse tipo de agressão é um verdadeiro“Assassinato Psíquico”.

Segundo ela, assédio moral é: “Toda e qualquer conduta abusiva (gesto, palavra, comportamento, atitude) que atente, por sua repetição ou sistematização, contra a dignidade ou integridade psíquica ou física de uma pessoa, ameaçando seu emprego ou degradando o clima de trabalho”.

Do ponto de vista psicológico, e com base em vários estudos, conclui-se que o agressor possui uma personalidade narcisista, ele nutre por si próprio um sentimento de grandeza, exagerando sua própria importância. Tem excessiva necessidade de ser admirado e aprovado, é arrogante, egocêntrico, evita qualquer afeto, acha que todas as coisas lhe são devidas.

O agressor critica todos que o cercam, mas não admite ser questionado ou censurado. Está sempre pronto a apontar as falhas. É insensível e não tem empatia pelos outros. 

Um ponto a ser observado é que a pessoa que assedia a outra provavelmente é insegura e isso acaba por ser demonstrado em seus comportamentos.

Quanto as espécies de assédio moral temos:

Descendente: Parte do superior para o seu subordinado;

Ascendente: Parte do subordinado para seu superior;

Horizontal: Parte de níveis hierárquicos equivalentes;

Misto: Relacionado às empresas em processos fusão;

Coletivo: Abrange grande número de empregados, exemplo: atendentes de call-center.

Condutas típicas do assédio moral:

  • Dar instruções confusas e imprecisas propositalmente;
  • Atribuir erros imaginários;
  • Ignorar a presença do empregado na frente de outros;
  • Pedir a execução de tarefas sem interesse;
  • Fazer críticas em público;
  • Não cumprimentá-lo e não lhe dirigir a palavra;
  • Impor horários injustificados;
  • Fazer circular boatos maldosos e calúnias sobre a pessoa;
  • Insinuar que o empregado tem problemas psicológicos ou familiares;
  • Transferi-lo do setor, para isola-lo;
  • Não lhe atribuir tarefas;
  • Retirar seus instrumentos de trabalho (telefone, computador, mesa);
  • Agredir preferencialmente quando está a sós com o assediado;
  • Proibir os colegas de falar e almoçar com a pessoa;
  • Indução do trabalhador ao erro, não só para criticá-lo ou rebaixá-lo, mas também para que tenha uma má imagem de si mesmo;
  • Indução da vítima ao descrédito de sua própria capacidade laborativa;
  • Exigência de tarefas impossíveis de serem executadas ou exigir realização de atividades complexas em tempo demasiado curto;
  • Ridicularizações das convicções religiosas ou políticas, dos gostos do trabalhador.

Entre outros...

Assédio moral não deve ser confundido:

  • Assédio Sexual;
  • Estresse, exceto quando se exige aquilo que não é plausível;
  • Conflito, já que este se estabelece por um processo de inter-locução, sendo muitas vezes positivo;
  • Más condições de trabalho, discussão no ambiente quanto à insalubridade e periculosidade;
  • Imposições profissionais, por exemplo: cobrar dos empregados o cumprimento das metas (desde que sejam possíveis de serem cumpridas).

Consequências para o assediado:

Falta de:

  • Motivação;
  • Criatividade;
  • Capacidade de liderança;
  • Espírito de equipe;
  • Dificuldades em manter sua empregabilidade por conta dos problemas de saúde causados no período em que foi assediado;

Entre outros...

Para a empresa:

  • Queda da produtividade;
  • Alteração na qualidade do serviço/produto;
  • Menor eficiência;
  • Absenteísmo;
  • Doenças profissionais;
  • Acidentes de trabalho;
  • Danos aos equipamentos;
  • Alta rotatividade da mão-de-obra, gerando aumento de despesa com rescisões contratuais, seleção e treinamento de pessoal;
  • Aumento de demandas trabalhistas com pedidos de reparação por danos morais;
  • Abalo na reputação da empresa perante o público consumidor e o próprio mercado de trabalho;
  • Resistência entre trabalhadores;
  • Clima de tensão;
  • Surgimento do absenteísmo psicológico (estar, mas não estar).

É possível observar que os prejuízos são diversos, envolvem o assediadoa empresa e o assediador, todos perdem com isso!

Como já comentei em outro artigo, quando o primeiro passo é dado, me refiro a"autoconsciência" tudo pode ser melhorado, basta querer!

Existem várias alternativas para trabalhar essas questões, o processo psicoterapêutico e o coaching são algumas delas. 

Importante refletir!

Adquirimos respeito pelos outros não pela nossa imposição, mas acima de tudo pelas nossas atitudes.

Para se estabelecer uma boa relação é primordial saber se colocar na posição do outro.

O bom relacionamento interpessoal é um dos fatores críticos de sucesso profissional e organizacional!

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Porque o sucesso está em você!

Abraço!

Eliane Pardinho