O movimento de mudança e inquietação aumentou significativamente no Brasil nos últimos anos. A crise econômica agravou ainda mais as relações de abuso de poder. Afinal quem não esteve ou ainda está com “medo” da sua estabilidade profissional?

E isto por consequência aumentou os problemas na relação “gestor” e “subordinado”, fato a pressão aumentou. O que temos hoje é que na maioria das vezes, quando um profissional tem um problema com a empresa, é algo relacionado ao estilo de gestão do seu “gerente”, do seu “chefe”.

De outro lado, as empresas têm cada vez mais trabalhado para aumentar a “lealdade” de suas equipes para com a empresa, a questão da retenção de talentos é tema recorrente.

Em minha opinião, aqui estão algumas razões pelas quais os funcionários deixam de ter lealdade às empresas, e todas elas, no final das contas estão relacionadas ao “chefe”:

  1. Não valorização, reconhecimento do indivíduo, não apreciação de suas contribuições;
  2. Desrespeito aos horários – invasão no seu tempo pessoal, ora, pedindo para deixarem o escritório atrasado, ora marcando reuniões improdutivas e intermináveis, ora para trabalharem nos fins de semana ou ainda interrupções durante as férias;
  3. Não mostrar nenhum interesse real em seu desenvolvimento pessoal;
  4. Não demonstrar interesse ou preocupação de maneira holística – especialmente quando o profissional está lidando com transições pessoais difíceis: maternidade / paternidade; separação; doenças na família, falecimento, entre outros..
  5. Baixa Integridade – Assume para si o sucesso dos outros. Não defende do time em situações de crise. Mudar as regras no meio do jogo de modo autoritário.
  6. Falta de confiança – Microgestão das suas atividades. Controle excessivo no que está fazendo e não ajudando a entrega dos resultados. Busca culpados e não soluções para os problemas. Pouco apoio.

Não abertura ao diálogo contínuo – geralmente são gestores mais autoritários e pouco abertos às críticas e sugestões. Logo, o profissional, perde a motivação em contribuir e simplesmente segue a vida, segue um novo caminho.

Um exemplo real de uma coachee:

O meu chefe cometeu um erro em um projeto no qual estávamos trabalhando e ao invés de assumir seu erro, em meio a uma reunião, ele disse que era minha culpa. Fiquei estarrecida e desapontada. Lembro os detalhes muito bem. Quando saímos desta reunião, ele me disse: “Muito bem, você hoje mostrou que joga em time”.

Conclusão: Ela sabia que naquele momento precisaria pensar em uma estratégia para sair. Ela adorava o trabalho, mas não podia confiar no seu chefe. Apesar de ser um bom lugar para se trabalhar, uma vez que você não tenha um gerente que esteja junto em momentos críticos, você será miserável nesse trabalho.

“Se você tratar bem as pessoas, elas tratarão você 90% do tempo da mesma forma. “- Franklin D. Roosevelt

Outro exemplo de coachee:

“Eu tive uma emergência familiar. Meu pai estava doente. Meu chefe pediu ajuda para outra pessoa no escritório para me levar ao hospital. Quando meu pai faleceu, a primeira coisa que ele me disse foi: “Tome o tempo que você precisar para retornar, não se preocupe.” Sua compaixão e consideração realmente me ajudaram naquele momento difícil. Já faz 5 anos que isso aconteceu e adivinhe o que – eu continuo na mesma empresa.”.

“Ninguém se importa com o quanto você sabe, até saber o quanto você se importa.” Theodore Roosevelt

Liderança

A liderança é sobre pessoas. Seu negócio não é mais do que a energia coletiva e os esforços das pessoas que trabalham com você e para você. Para a lealdade, deve haver um relacionamento que se desenvolva entre empregado e empregador e isso se desenvolve ao longo do tempo através da confiança que é construída e sustentada.

A transparência, a autenticidade e a conversa são fundamentais para a construção da confiança. Você não pode continuar jogando seus empregados sob o ônibus e esperar que eles dêem tudo. Mostre às pessoas que lhe interessam e estão interessadas em seu bem-estar.

A lealdade é uma rua de dois sentidos. Se você deseja lealdade dos funcionários, você deve primeiro dar. Se você quer que as pessoas façam um quilômetro extra, você deve estar disposto a dar uma vantagem extra para eles. É uma via de mão dupla.

“Treine as pessoas bem o suficiente para que elas possam sair, trate-as bem o suficiente para que elas não desejem”. Richard Branson

A empresa está cheia de gerentes e não tem líderes. Os líderes são aqueles confortáveis e seguros em quem são, enquanto os gerentes estão competindo com seus subordinados.

Os funcionários sabem quando estão em um terreno instável. Se uma empresa não tem fidelidade aos funcionários, porque eles deveriam ser leais em troca? Se tratarmos as pessoas apenas como um meio para um fim, nunca teremos sua lealdade. Nunca teremos o seu melhor!

Demonstre que você valoriza as pessoas e elas, por sua vez, cuidarão do negócio. Se você quer funcionários leais – tome decisões difíceis e trate suas pessoas bem!

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