Tenho andado bastante preocupado ultimamente.

Não apenas com o cenário atual econômico brasileiro ou com a eleição de Trump à casa Branca. Minha preocupação vai além. Não sei se a percepção é de todas as pessoas, mas o mundo vem mudando drasticamente.

Temos uma evolução natural por onde toda e qualquer humanidade deve e passa. Grandes ciclos se abrem e se encerram. Mas dessa vez, sinto algo diferente e meu sentimento é o que intitula esse artigo: a superficialidade da intensidade. Explico:  o ser humano está cada vez mais intenso, mais conectado e comunicativo. Está cercado de amigos (virtuais) e disputa curtida por curtida nas redes sociais. Mas tudo isso deveria ter um propósito e ainda não consegui enxergar qual é.

Assistindo a um episódio de uma série chamada Black Mirror, traduzida para o português como “Queda Livre”, não pude notar a semelhança do enredo, que deveria ser futurista e de teor fictício, mas dá uma sensação de realidade muito próxima, que é a superficialidade nas relações.

Pessoas têm cada vez mais vivido em um mundo imaginário, se escondendo atrás de seus perfis e avatares e se esquecendo que atrás de cada contato há um ser humano, com vida, problemas, ansiedades, medos e às vezes não paramos para pensar nisso.

Nas minhas interações com o Linkedin, recebo agradecimentos de pessoas por simplesmente retornar um e-mail ou encaminhar um CV ouvindo, quase sempre, que pouca gente faz isso. Mas, não é esse o proposto pela rede? Interagir? Ajudar? Debater?

Estamos cada vez mais superficiais na nossa intensidade de interações. Queremos ser “pontuados”, “curtidos”, “avaliados positivamente” em um ambiente que não é real. É uma nuvem gigante que tem o intuito de aproximar pessoas e negócios, mas que virou uma pandemia de superficialidade e tem feito o oposto ao que se propõe.

É de dar pena onde vejo muitos jovens em um ambiente como a praça de alimentação de um shopping, com os olhos voltados apenas para as telas de seus gadgets. Muito provável conversando entre si, pela rede...mas eles está a menos de um metro de distância.

Não podemos, obviamente, colocar em xeque a importância das redes sociais, tanto para o trabalho e negócios e nas interações humanas. Mas podemos e devemos sim questionar o mau uso das mesmas, seja qual for.

Mas hoje em dia ninguém quase mais lê um jornal, ou ao menos assiste, creditando tudo o que vêem na rede como notícia e muitas vezes compartilhando informações totalmente incoerentes com a verdade.

Pesquisas de fontes não confiáveis, enfim, um mar de superficialidade que, automaticamente é compartilhado por milhares de pessoas diariamente.

Creio que devemos pensar mais sobre isso.

Fica essa dica para todas as pessoas da minha rede refletirem e se quiserem, comentar com suas opiniões.