Uma das nossas maiores causas de stress é o desconhecimento do futuro. Sentimos uma necessidade imensa de saber o que e como as coisas vão acontecer e em cima disto, tentar, antecipar as coisas, o tempo! Mas o fato é que quase nunca conseguimos.

Normalmente não conseguimos prever o futuro dos nossos filhos, como ficará a nossa saúde e as intempéries pelas quais passam as nossas relações amorosas, só para ficar em alguns exemplos. Mas mesmo com esta taxa de insucesso tão grande, somos persistentes e não desistimos de saber sobre como será o amanhã. Entra ano e sai ano, vemos um espetáculo televisivo e jornalístico de previsões sobre o novo período que se inicia. Quais serão as nossas perdas, os amores entre os famosos, se vamos ou não ganhar alguma competição importante, etc. e para variar, quase todas se comprovam “furadas” no final. 

Levamos esta nossa curiosidade para todos os cantos e até chegamos a nos divertir com isto. Porém não conseguimos manter este bom-humor quando falamos do futuro do nosso trabalho. Quando temos dúvidas e/ou incertezas sobre os rumos que a empresa na qual trabalhamos irá tomar - compra, fusão ou aquisição por outra empresa, só pra ficar em algumas possibilidades - Aí meu amigo, o que normalmente vemos é um mau-humor danado, stress em cima de stress, queda de rendimento profissional e sofrimento.

Só que esta é uma corrente contra a qual não adianta nadar em sentido contrário, pois as mudanças e a velocidade com a qual elas estão acontecendo são inevitáveis e irreversíveis. Pequenas e grandes mudanças acontecem todos os dias dentro das organizações e mesmo nas mais planejadas é sempre preciso fazer ajustes finos. E aí uma figura importante tem que entrar em ação: o líder! Para se diminuir o stress causado por estas incertezas e as cobranças oriundas dela é importante que os líderes estejam antenados com as necessidades dos seus colaboradores. 

Neste caso específico entram em cena duas características importantes da liderança: a ética e a transparência. A central de boatos, também conhecida como “rádio-peão”, sempre é acionada em caso de dúvida e só existe uma arma para lutar contra este poderoso inimigo: a verdade! Mas ser verdadeiro não é uma tarefa fácil, ao contrário, é bastante complicado.     

De uma maneira geral. as pessoas não estão preparadas para isto, preferem o doce e triste prazer da conveniência, da dissimulação. E aí é que o exemplo tem de vir de cima, os líderes tem de se mostrar abertos ao diálogo, as críticas e, na prática, demonstrar como as coisas acontecem dentro da organização.   Quando falo isto, não estou sendo ingênuo de pensar ou propor que segredos estratégicos, financeiros e/ou comerciais sejam revelados antes da hora ou coisas do gênero. 

Estou sim, querendo dizer, que nos momentos difíceis os funcionários olham para cima e procuram nos seus líderes uma explicação para suas dúvidas. Um referencial, algo ou mande alguém em quem se apoiar. Mas, na maioria das vezes, o que acontece quando a empresa está passando por alguma dificuldade e os colaboradores olham para os seus líderes procurando um apoio, o que eles percebem é cada um querendo sobreviver às custas do outro. Uma briga de vaidades e uma falta de ética tremenda. Esta atitude não ajuda em nada. O exemplo que vem de cima só faz aumentar a angústia e o stress dos funcionários. 

Não adianta falarmos de ética, transparência e verdade se ao primeiro momento de dificuldade o que demonstramos é uma incoerência total em relação ao nosso discurso e aquilo que praticamos. Agindo assim, não conseguiremos nada com os nossos colaboradores que estão mais ligados às nossas ações do que as palavras que insistem em escapar de nossas bocas.

Pense nisto: suas atitudes condizem com o seu discurso? Boas reflexões e até o nosso próximo artigo!

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