A ética de trabalho relacionada ao trabalho em equipe enfatiza a responsabilidade mútua. Numa equipe não há espaços para recriminações, as responsabilidades pelo sucesso ou fracasso são da equipe, pois as relações são superficiais e os assuntos esquecidos rapidamente. Nesta fase desaparece a figura autoritária de um chefe (manda quem pode e obedece quem tem juízo) e aparece o gestor (facilitador), que media, orienta, e potencializa as competências individuais com foco no trabalho em equipe, e no resultado coletivo. O gestor deve saber ouvir, aprender e orientar aos outros e não dar ordens, com isso não são responsabilizados pelos seus atos. A nova ética prega que não há concorrência e nem diferenças de status dentro das equipes, só há concorrência com equipes de outras empresas, mas não é o que ocorre na realidade! 

A ética em equipe é na verdade uma fantasia superficial, criada para fazer com que os colaboradores trabalhem mais e mais e sejam responsabilizados pelos fracassos das tarefas. E esse “poder” sem uma verdadeira gestão, e sem follow-up, faz surgir o homem de caráter irônico, sem padrões de responsabilidade. Um destes exemplos, é quando um colaborador que dedicou anos de sua vida a uma empresa é desligado, o primeiro sentimento é o de traição por parte da organização e cresce nos colaboradores que ficaram um sentimento de revolta pela falta de reconhecimento e oportunidade. Em um segundo momento culpa-se os fatores externos à organização, como exemplo a economia globalizada, pelo desligamento. E por fim vem a consciência que poderia ter feito algo para mudar a situação e o senso de derrota. Mas todo esse processo é importante para o conhecimento dos próprios limites e para que não recaia no mesmo erro. 

Enfim, o uso do “nós” torna-se delicado, pois vivemos numa cultura imediatista, onde pessoas de diferentes realidades, são colocadas numa espécie de confinamento, onde a única preocupação é o resultado a qualquer custo. E este modelo não pode ser definido como equipe. Pois para que haja de fato uma EQUIPE, é necessário tempo e contato entre os colaboradores, para desta forma haver o estabelecimento e a construção de sentimentos mútuos como: confiança, respeito, lealdade, entre outros. Por isso, não há um sentimento de comunidade e de objetivos em comum, transformando esse grupo sem “voz” e sem representatividade para o questionamento desse sistema cruel que transforma as antigas relações de cumplicidade em relações superficiais, trazendo a ideia de dependência como sendo uma mostra de fragilidade e incompetência. 

Pensem nisso e até 2020! 

Sobre o Autor:
José Renato Alverca

É Membro Fundador do IBPDICC – Instituto Brasileiro de Pesquisa Desenvolvimento e Inovação em Crédito e Cobrança, Pesquisador, Especialista em Crédito, Cobrança, Meios de Pagamento, Adquirência, Outsourcing, Gestão de Pessoas e RH e TI.

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