Por e sob licença de   

Se você convive ou já conviveu com um, alguns ou todos os perfis aqui citados, saberá bem do que eu falo. Distinguir colegas de trabalho tóxicos dos demais não é um exercício que requeira prática nem tanto conhecimento assim. Pessoas tóxicas existem em todos os ambientes, afinal, são pessoas, mas é no trabalho que os efeitos que elas produzem parecem se espalhar com mais letalidade.

É evidente que entre os evitáveis constam os mentirosos, os arrogantes, os manipuladores, os fofoqueiros, os briguentos, os controladores e os assediadores. Estes, porém, já figuram na categoria hors-concours ou “fora de competição”.

Aqui a ideia é identificar aqueles que atrapalham mais a produtividade do time – ainda que, num primeiro momento, não encarnem nenhum dos predicados acima. Pessoas tóxicas podem parecer inofensivas à primeira vista, como um lindo cogumelo vermelho e branco colhido no campo. Mas que pode matar.

Colegas altamente tóxicos não escolhem carreira, tipo de mercado nem hierarquia. Estão em todos os níveis, em todas as esferas, no público e no privado.

Com 20 anos de mercado e há seis dirigindo minha própria agência, listo seis perfis que, ao meu ver, são os mais nocivos às empresas e às equipes.

1. O competidor        

Não importa se vocês são par, da mesma equipe, se ele é seu líder ou liderado. Ele precisa competir, demonstrar que está ali para tomar o seu lugar – ou todos os lugares, que é o melhor. Chega a níveis quase insalubres de competitividade, agindo inclusive em público, e beirando com isso a vergonha alheia. Saída: ouça sem prestar atenção.

2. O vitimista

É, sem dúvida, um dos mais irritantes, quando não um dos mais contraproducentes para qualquer equipe. O vitimista não se responsabiliza por seus próprios atos e, quando pode, transfere a culpa para a baia do lado, quando não o chefe de equipe ou até o cliente. Nunca está errado, é só um culpado pelos males do mundo. Saída: fuja.

3. O desencorajador

É o pessimista de plantão. Aquele para quem nenhum plano ou voo mais alto sequer merece ser tentado. Aquele colega que deixa a conversa morrer com ele, o bate-papo de onde você sai desanimado, triste e se sentindo a pior pessoa do mundo. Saída: deixe para contar a ele por último todo e qualquer passo importante da sua vida e carreira.

4. O fanfarrão

É o animador de escritório, aquele que não para nunca, que faz piada de absolutamente de tudo e todos, que desconcentra o time do momento que chega à hora em que vai embora. Em nome da simpatia, desanda projetos e esculhamba o foco alheio. Saída: seja honesto com você. Não teve graça, não ria. Atrapalhou, reclame.

5. O ranzinza 

Pode ser uma colega ou um colega até do bem, mas que o fel da vida não deixa transparecer. Tudo é insuficiente, tudo está errado, nada presta, ninguém (ou quase) vale nada. Pior: brinda com suas lamúrias toda e qualquer tarefa, desanimando equipes e clientes – isso quando não joga um trabalho inteiro no lixo. Saída: saia de perto.

6. O auto-suficiente

Ele “não precisa da sua ajuda”, mas vive atrasando prazos. Ele “sabe exatamente o que tem de fazer”, só que refaz cada tarefa três vezes até acertar. Rebate conselhos, conhece todas as dicas e toques que você está dando e, o melhor, fica melindradíssimo quando é cobrado. Saída: cobre sim. Por escrito. E copie pessoas importantes.

Na semana que vem, trarei aqui um artigo sobre como lidar com colegas tóxicos.

Até lá!

****

Marc Tawil

Jornalista, radialista e escritor. Pertenceu às redações do jornal Resenha Judaica, Rádio Jovem Pan AM, Jornal da Tarde (Grupo Estado) e Rádio BandNews FM. Publicou os livros Trânsito Assassino (Ed. Terceiro Nome), Haja Saco, o Livro (Ed. Multifoco) e editou a biografia do advogado Abrão Lowenthal (Ed. Quest). Tem MBA em Gestão Empresarial pela FGV e cursa MBA de Marketing pela USP. Dirige a Tawil Comunicação.