A tecnologia é uma grande aliada na melhoria da saúde e qualidade de vida da população, oferecendo inúmeros benefícios para os profissionais da área. Além de reduzir alguns gastos e desperdício de recursos, o avanço da ciência permitiu que os procedimentos e diagnósticos de exames fossem mais rápidos e as escolhas de tratamentos mais precisas. Percebendo uma abertura no mercado de saúde brasileiro, a startup paulistana Onkos Diagnósticos Moleculares surgiu em 2015 visando abreviar as incertezas diagnósticas voltadas à oncologia.
Situada no Parque de Inovação Tecnológica de Ribeirão Preto (SP) – principal polo de inovação e tecnologia em saúde do Brasil, a empresa conta com o auxílio de inteligência artificial para identificar com mais precisão os dados examinais de pacientes com tumores, explica o biólogo molecular e CEO da startup, Marcos Tadeu dos Santos:
“Essa plataforma vem sendo estudada em diversos países, mas sua aplicação na rotina diagnóstica é recente. Nós adaptamos esse programa para que fosse usado na oncologia e também dentro da realidade brasileira. Por exemplo, um dos exames que desenvolvemos visa identificar a origem de tumores metastáticos, onde se originam, como se expressam as moléculas de RNA. Para que essa identificação possa ser feita, unimos técnicas de inteligência artificial e algoritmos que ajudam a entender melhor os dados, trazendo um resultado mais acurado e específico”. Ouça a entrevista completa no player abaixo!
Neste ano, a Onkos desenvolveu o “mir-THYpe”, um exame que contribui na prevenção de cirurgias desnecessárias para os pacientes diagnosticados com nódulos de tireoide indeterminados. Segundo o biólogo, 70% dos casos apresentam nódulos benignos; entre 5 a 10% nódulo maligno e 20% das análises são dadas como indeterminadas, pois para os médicos, a limitação técnica impede um diagnóstico específico. Um exame similar para classificar a agressividade do câncer de próstata está em andamento e a intenção é que esteja disponível no mercado até o início de 2019.
“Cerca de 70 a 80% das cirurgias de nódulo de tireoide indeterminado são desnecessárias, mas as técnicas atuais não conseguem identificar se o nódulo é benigno ou maligno. Nós desenvolvemos um exame genético em que a amostra do paciente é analisada com base em um banco de dados. Então, o algoritmo compara as amostras dos pacientes com as nossas e assim conseguimos classificar aquele nódulo que antes era indeterminado em benigno ou maligno, evitando uma cirurgia imprópria”, esclarece.
A startup já trabalha junto a alguns planos de saúde, e atualmente estão em processo de submissão de documentos para o Sistema Único de Saúde (SUS) com a intenção de indicar tratamentos mais eficazes e econômicos para os órgãos públicos.