Pesquisadores usam Inteligência Artificial para criar novos compostos para remédios

Seção: MEDICAMENTOS
Categoria: Tecnologia
Publicado em 03/08/2018
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A Inteligência Artificial (IA) já está presente no nosso dia a dia e também nos smartphones. Agora, cientistas descobriram que ela pode ser usada para criar remédios. A nova funcionalidade da IA foi revelada por um estudo publicado por pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte (UNC).

Com o nome de Reinforcement Learning for Structural Evolution (ReLeaSE), o sistema recebeu informações de mais de 1,7 milhões de moléculas biológicas conhecidas e conseguiu criar um medicamento do zero. De acordo com os pesquisadores, tudo funciona em duas partes, iguais a um professor e um estudante.

Assim, a rede neural do professor é alimentada com todas as informações possuindo a capacidade de repassar todos os dados decodificados para a estrutura estudante, que realmente monta as novas moléculas. Alexander Tropsha, membro da Eshelman School of Pharmacy da UNC e co-criador da ReLeaSE, comentou:

 

Se a nova molécula é realista e tem o efeito desejado, o professor aprova. Se não, o professor desaprova, forçando o aluno a evitar moléculas ruins e criar boas moléculas

Esse método computacional já é amplamente utilizado pela indústria farmacêutica para identificar candidatos viáveis a medicamentos, sendo que esse sistema só funciona com moléculas conhecidas. Já o ReLeaSE é capaz de criar e avaliar novas moléculas voltadas para a medicina. Olexandr Isayev, co-criador do projeto, explica:

 

Um cientista que faz triagem virtual é como um cliente fazendo pedidos em um restaurante. O que pode ser encomendado é geralmente limitado pelo menu. Queremos dar aos cientistas uma mercearia e um chef pessoal que podem criar qualquer prato que quiserem

A intenção dos pesquisadores não é eliminar o trabalho humano, mas sim oferecer um novo sistema que ajude no avanço da indústria farmacêutica. Em um exemplo, o ReLeaSE conseguiu avançar no caminho de encontrar compostos com capacidade de inibir a principal enzima responsável pela leucemia

 

A capacidade do algoritmo de projetar novos compostos químicos e, logo, patenteáveis, com atividades biológicas específicas e perfis de segurança ideais, deve ser altamente atraente para uma indústria que está constantemente buscando novas abordagens para reduzir o tempo necessário para trazer uma nova droga candidata a ensaios clínicos

 

Fonte

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