São Paulo — Uma das áreas da medicina com mais novidades e pesquisadores ávidos por encontrar tratamentos mais eficientes é a oncologia. A batalha contra o câncer caminha rapidamente, e a expectativa é que, apesar de o número de casos aumentar exponencialmente nos próximos anos (estilo de vida e envelhecimento da população estão envolvidos neste crescente), a doença mate menos. Hoje, no mundo inteiro, são cerca de 18 milhões de diagnósticos anuais e 9,6 milhões de mortes, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Os novos medicamentos e protocolos surgem frequentemente, mas os pacientes ainda têm dificuldades em conseguir acesso ao tratamento de ponta.
A quantidade de informação nova é enorme, e os médicos precisam saber como oferecer a melhor opção ao paciente. Neste sábado (27/10), cerca de 1200 profissionais se reuniram em São Paulo para o 6º Simpósio Internacional Grupo Oncoclínicas, com o objetivo de conversar, trocar experiências e conhecer estudos internacionais.
Parceiros do Oncoclínicas, os pesquisadores do Instituto Dana-Farber, da Universidade de Harvard, também compareceram para discutir casos e linhas de tratamento usadas nos Estados Unidos.
“Ter uma visão internacional, do ponto de vista técnico, significa reciclagem de conhecimento, novidades, que para nós é nota 10. É um refinamento muito interessante”, explica Andrea Farias, diretora da Oncovida, a afiliada da Oncoclínicas em Brasília. O simpósio também é uma oportunidade para que os sócios e funcionários da rede (presente em 11 estados) troquem experiências.
Discutindo casos
As palestras foram divididas em módulos de mama, tórax, hematologia, pele, ginecologia, geniturinário e gastrointestinal. Sobre câncer de colo de útero, por exemplo, foram discutidos resultados de um estudo polêmico que nega que a cirurgia minimamente invasiva, feita com pequenas incisões, seja mais eficiente ou segura do que a abordagem aberta tradicional.
Para tumores de próstata, urologistas e oncologistas debateram sobre a utilização de terapia focal como alternativa ao protocolo padrão. No módulo de mama, o que mais chamou atenção dos médicos foi a possibilidade de utilizar imunoterapia no tratamento de pacientes em fase inicial da doença ou em casos metastáticos – apesar de funcionar muito bem em alguns tipos de câncer, tumores de mama nunca responderam bem ao tratamento (até agora).
“Estamos dando a oportunidade a pacientes que não conseguem fazer um tratamento convencional de fazer outras possibilidades. O uso de outros anticorpos também foi discutido. Com a experiência dos outros médicos, acabamos repensando como tratamos os nossos pacientes”, conta Andrea.
Outro destaque ficou por conta dos avanços em radioterapia: a variedade hipofracionada tem mostrado bons resultados em câncer de próstata e mama, por exemplo, e promete diminuir em 50% a quantidade de sessões de tratamento.
A reportagem viajou a convite do Grupo Oncoclínicas