“O fundo do poço ficou para trás. Hoje há uma clara aceleração da economia. Porém, se quisermos cuidar da Saúde e de todo o resto, precisaremos resolver o problema do déficit da previdência, que será o primeiro e grande teste do novo Governo”. A afirmação foi feita ontem pelo economista Ricardo Amorim, durante o Encontro Anual da ABIMED (Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde).
Amorim, que apresentou a palestra “O Futuro da Saúde”, se disse otimista em relação ao crescimento de investimentos e empregos no próximo ano, o que tende a impactar positivamente o financiamento da saúde, hoje prejudicado pela situação precária dos estados e municípios e pela perda de usuários de planos de saúde.
Destacou que a aceleração da economia deve promover também um fortalecimento das regiões e que indústrias e gestores terão a oportunidade e o desafio de levar saúde a esses locais.
As novas tecnologias 4.0, de menor custo, contribuirão, segundo ele, para esse processo, ampliando o acesso e ajudando a equacionar o aumento da demanda, intensificado pelo envelhecimento da população.
“Nunca houve uma transformação tecnológica tão intensa e significativa, mas a falta de inovação no Brasil ainda é um grande desafio que precisa ser enfrentado”, destacou.
O presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), William Dib, apresentou no encontro as perspectivas da área regulatória para o próximo ano. Assinalou o esforço da agência para se modernizar, principalmente em relação aos sistemas de informação, a desburocratização e a necessidade de agilizar a concessão de autorização para funcionamento de novas empresas.
“Estamos buscando nos modernizar também em relação aos padrões internacionais, para que os produtos brasileiros possam ter maior inserção no mercado global”, afirmou.
Ao apresentar os planos da ABIMED para 2019, Renato Garcia Carvalho, presidente do Conselho de Administração, apontou a priorização da área de ética e compliance.
“O Brasil consolidou neste ano um processo de moralização que está tomando conta da sociedade. Como dirigentes de uma associação que representa a maior parte do setor, é nosso papel trabalhar para aprimorar essa questão”, observou.
Carvalho disse que a composição do novo Conselho, majoritariamente de CEOs, demonstra a importância dada à entidade e os esforços para atender às demandas dos associados. Destacou ainda a necessidade de reorientação da associação neste momento em que há uma expectativa positiva de crescimento e no qual deve-se gerar um ciclo positivo e benéfico para todos.
Sobre a ABIMED
A ABIMED congrega cerca de 220 empresas de alta tecnologia na área de equipamentos, produtos e suprimentos médico-hospitalares. Criada em 1996, é sócia-fundadora do Instituto Coalizão Saúde, membro do Conselho Consultivo do Instituto Ética Saúde e foi a primeira associação de classe da área da Saúde a criar e implementar um Código de Conduta para as empresas.
A associação também coopera com a Anvisa e com órgãos públicos da Saúde, fomentando a implementação de políticas e regulamentações que proporcionem à população acesso rápido a novas tecnologias e a inovações, em um ambiente ético de negócios.
As associadas da ABIMED respondem por 65% do faturamento do segmento médico-hospitalar. O setor de produtos para saúde tem participação de 0,6% no PIB brasileiro, conta com mais de 13 mil empresas e gera em torno de 140 mil empregos.