Câncer de mama: Companhias farmacêuticas estão trabalhando obsessivamente

Seção: SAÚDE
Publicado em 23/10/2018
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Tratamento contra o câncer de mama tem potencial promissor

Companhias farmacêuticas estão trabalhando obsessivamente para expandir suas aplicações com versões mais recentes e coquetéis de tratamento

As empresas farmacêuticas estão aperfeiçoando a escolha dos pacientes com câncer que se beneficiarão com as novas imunoterapias — e descobrindo muito mais deles do que os céticos pensavam.

Pela primeira vez, um ensaio clínico mostrou que um tratamento com um dos medicamentos da nova geração desenvolvido para colocar o sistema imunológico do próprio corpo contra os tumores pode ajudar algumas mulheres com o tipo mais agressivo de câncer de mama a viver mais. O estudo foi revelado pela Roche Holding na maior conferência sobre o câncer da Europa.

Esses medicamentos, liderados pelo campeão de vendas Keytruda, da Merck & Co., são comercializados para mais de uma dúzia de tipos diferentes de câncer, e as companhias farmacêuticas estão trabalhando obsessivamente para expandir suas aplicações com versões mais recentes e coquetéis de tratamento. Existem cerca de 1.300 tratamentos baseados no sistema imunológico em estudos em seres humanos, segundo o Instituto de Pesquisa do Câncer (CRI, na sigla em inglês), financiados em grande parte por fabricantes de medicamentos em busca de uma fatia de um mercado que deverá superar US$ 100 bilhões por ano até 2024.

“Esta é apenas a ponta do iceberg”, disse Axel Hoos, chefe de pesquisa e desenvolvimento em oncologia da gigante farmacêutica britânica GlaxoSmithKline, que tenta voltar ao ramo da oncologia após vender seus produtos à Novartis, em 2015. “Há certo oba-oba, mas há muita substância.”

Tumores frios

Na reunião da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO, na sigla em inglês), no fim de semana, a Roche divulgou os resultados de um estudo que mostrou que um grupo de pacientes cujos tumores de mama deram positivo para uma proteína chamada PD-L1 viveu em média 25 meses depois de receber uma imunoterapia chamada Tecentriq — cerca de 10 meses a mais do que pacientes que receberam apenas quimioterapia.

As imunoterapias entraram na cena há cerca de oito anos, quando o Yervoy, da Bristol-Myers Squibb, se tornou o primeiro medicamento do gênero a prolongar a vida de pessoas com melanoma, um câncer de pele letal. Pouco depois, houve êxitos contra cânceres de rim e pulmão.

Quando as imunoterapias funcionam, o efeito pode durar anos, uma das razões pelas quais esses tratamentos são considerados revolucionários. Mas na maioria dos pacientes não acontece nada útil — mesmo em tumores de pele e pulmão, nos quais foram observados alguns dos efeitos mais significativos.

 

FONTE

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