A Pasta investirá R$ 38 milhões para construção do primeiro centro público de pesquisa e desenvolvimento e inovação de medicamentos no Brasil
Voltado a preencher uma lacuna existente no país na produção de medicamentos, o Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Medicamentos (CPDIM) teve sua Pedra Fundamental lançada nesta semana. O Centro pretende fazer com que pesquisas acadêmicas em saúde se transformem em tecnologias e produtos que beneficiem os tratamentos ofertados por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) para a população.
O objetivo é suprir a necessidade de instalações adequadas para produção de lotes-piloto de unidades farmacotécnicas em condições de Boas Práticas de Fabricação para realização de pesquisa clínica e posterior registro do medicamento pelas agências reguladoras. Essa é uma etapa de pesquisa necessária para projetos com potencial de geração de produtos com aplicação clínica que já ultrapassaram as fases iniciais de desenvolvimento e precisam avançar para outras etapas. Contudo, ainda não há no país uma infraestrutura como a do Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Medicamentos (CPDIM) que esteja disponível para os pesquisadores, laboratórios de pesquisa e suas instituições parceiras.
O investimento na instalação é de R$ 38 milhões, financiados pelo Ministério da Saúde. A pasta é responsável por licitar o projeto e as licenças, cujos trâmites já estão em andamento. A previsão é que, após a conclusão da licitação, a obra fique pronta em 180 dias. Serão 700 m2 de área construída e um total de 1.000 m2 ocupados. A planta prevê área técnica, laboratório, controle de processos, além de auditório, sala de reuniões e escritório.
A pesquisa, desenvolvimento e inovação em novos medicamentos é uma área estratégica para a saúde pública e a economia nacional. Internacionalmente, a maior parte do desenvolvimento de tratamentos inovadores para a saúde nasce da interação entre a pesquisa feita em universidades e as empresas de biotecnologia e farmacêuticas. Apesar de o Brasil contar com profissionais e pesquisa científica de alta qualidade nas áreas biomédica e farmacêutica, há deficiências na cadeia de transferência de tecnologia para a geração de produtos inovadores para a saúde produzidos a partir de pesquisa feita no país.
O Secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Marco Antonio Fireman, ressaltou que o investimento em uma estrutura como o CPDIM é fundamental para preencher essa lacuna existente entre desenvolvimento acadêmico e a inovação nacional. “É enorme quantidade de produtos de qualidade desenvolvidos nas universidades federais que estão atualmente na prateleira aguardando espaços como o CPDIM para que sejam testados e viabilizados como medicamentos. Sabemos que investimento em inovação é o principal mecanismo de desenvolvimento do país e para cura de diversas doenças”