Paciente do Inca, Márcio Miro Jatobá Espíndola, de 60 anos, aguarda tomografia para saber se vai operar ou iniciar a quimioterapia Foto: Flávia Junqueira / EXTRA
O Ministério da Saúde anunciou que está redefinindo o perfil assistencial dos seis hospitais federais no Rio — Bonsucesso, Andaraí, Cardoso Fontes, Ipanema, Lagoa e Servidores. Como o EXTRA mostrou na série de reportagens “Um Estado terminal”, os três primeiros foram apontados por uma pesquisa feita pelo Cremerj, entre outubro e novembro do ano passado, como os piores entre as 19 unidades ligadas ao SUS que tratam câncer no estado.
Em nota, o ministério afirma que “todas as seis unidades terão o atendimento oncológico reestruturado, com base nos protocolos do Instituto Nacional de Câncer (Inca)”. As mudanças pretendem melhorar o direcionamento do paciente na rede, “aumentando a integração com o sistema de regulação do município”.
— Mas é preciso ter para onde regular. Um exemplo são os exames de cintilografia óssea, que detecta metástase. A regulação estadual informou que há mais de 500 pessoas na fila e se marcam 20 por mês. A fila não vai acabar nunca.
O presidente do Cremerj, Nelson Nahon, ressalta que a demanda por atendimento oncológico aumenta ano a ano, mas os orçamentos públicos não acompanham:
— Surpreende ver que o orçamento do Inca caiu entre 2015 e 2016 de R$ 429 milhões para R$ 390 milhões, de acordo com o site Transparência Brasil.
Segundo Luciana Holtz, presidente do Instituto Oncoguia, que atua na defesa dos direitos do pacientes desde 2009, lei que determina o início do tratamento em até 60 dias após o diagnóstico não é cumprida em todo o país:
— O paciente não pode ficar em casa com o tratamento parado. É preciso brigar pelos seus direitos.
O Oncoguia oferece orientação pelo 0800 773 1666.