A trajetória de mais de meio século dedicado à medicina recebeu mais um reconhecimento nesse fim de semana. O médico pneumologista, Dr. Albino José Souza Filho, foi imortalizado ao ser reconhecido como membro titular da Academia de Medicina do Estado de Santa Catarina (Acamesc), título concedido pela Associação Catarinense de Medicina (ACM), em Florianópolis. Dr. Albino passa a ocupar a cadeira de número 50, que tem como patrona a médica pediatra Zilda Arns, falecida em 2010.
“É uma honra muito grande ser o primeiro médico de Criciúma a conquistar esta honraria, estar neste seleto grupo de 50 médicos renomados. Você não trabalha pensando em homenagem, mas é muito gratificante ser agraciado pelo trabalho dedicado aos pacientes, além de toda a sua contribuição científica”, frisa o homenageado.
Paranaense formado pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) em 1963, Dr. Albino concluiu sua residência médica no Rio de Janeiro no ano de 1967, onde iniciou sua jornada profissional. Em 1968 casou-se ainda no Rio de Janeiro, teve sua primogênita e, posteriormente, a convite de um colega natural de Criciúma, mudou-se para a maior cidade do Sul do Estado, onde o casal teve mais dois filhos e três netos.
Instalado em Criciúma, Dr. Albino foi reconhecido a nível nacional no ano de 1985 com o prêmio da Academia Nacional de Medicina (ANM) como o melhor trabalho original brasileiro. Em conjunto com o médico patologista, Dr. Sérgio Alice, Dr. Albino desenvolveu uma pesquisa com os mineiros das minas de carvão da cidade sobre pneumoconiose, uma doença ocupacional causada pelo pó de carvão depositado nos pulmões dos mineiros.
“Muitos casos graves eram registrados naquela na época. Através da pesquisa, que comprovava o desenvolvimento da doença dos profissionais das minas de carvão, conseguimos mudar a legislação trabalhista e previdenciária. Os mineiros que não fossem afastados no início da doença morriam. Esta pesquisa entre 1969 e 1985 foi um grande mérito médico reconhecido em todo o Brasil”, recorda.
Além da premiação, a pesquisa originou diversos trabalhos científicos, capítulos de livros e serviu como modelo para minas de todo o Brasil. Segundo Dr. Albino, em 2006 uma outra pesquisa foi realizada e demonstrou poucos casos da doença, apresentando formas iniciais de pneumoconiose e não apresentando mais formas avançadas, o que confirma a importância do trabalho desenvolvido e as alterações das leis trabalhistas e previdenciárias. “Este foi um marco e uma conquista muito grande também dos trabalhadores, dos mineiros que ajudaram a construir a nossa cidade”, destaca.
Trajetória
Em 1963 formou-se em medicina pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Paraná e concluiu residência médica em clínica médica e pneumologia no Hospital do Servidor do Estado do Rio de Janeiro em 1967, ano que iniciou como pneumologista no Hospital Bom Sucesso do Rio de Janeiro, onde permaneceu até 1968.
Já em Criciúma, de 1969 até 2015 foi chefe do serviço de clínica médica do Hospital São José e é chefe do serviço de pneumologia até os dias de hoje. Também foi o criador da residência em clínica médica da instituição em 2003. Dr. Albino foi o 14º médico a atuar no São José, número que ultrapassa os 230 em 2017.
Em 1985 conquistou o prêmio da Academia Nacional de Medicina (ANM) como melhor trabalho original brasileiro, sendo responsável pela mudança da legislação trabalhista e previdenciária após uma pesquisa desenvolvida sobre pneumoconiose. Nesse fim de semana foi imortalizado como membro efetivo da Academia de Medicina do Estado de Santa Catarina (Acamesc).