Com ativos de alta performance e resultados cientificamente comprovados, hairceuticals serão tendência no Brasil

Categoria: Beleza
Publicado em 14/03/2017
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Equivalentes capilares dos dermocosméticos tratam problemas como queda, afinamento e ressecamento excessivo dos fios.

Com a expansão do mercado de dermocosméticos na última década, os hairceuticals podem ser uma tendência para o mercado brasileiro de beleza e cuidados pessoais no próximo ano. A aposta é do analista global de cuidados com os cabelos da Mintel, Andrew McDougall.

Andrew McDougall, analista global de cuidados com os cabelos da (...)

Andrew McDougall, analista global de cuidados com os cabelos da Mintel

O nome hairceuticals vem da fusão das palavras ‘hair’ (cabelo) e ‘pharmaceutical’ (farmacêutico), indicando uma associação entre cosméticos e medicamentos. Com componentes naturais e medicinais, os produtos prometem combinar tecnologia de ponta e resultados de alta performance para combater problemas capilares como queda, afinamento e ressecamento dos fios.

McDougall destaca que embora o conceito dos hairceuticals tenha surgido recentemente, o apelo dos produtos com o público brasileiro se justificaria especialmente pela já existente popularidade das ampolas e os intensificadores de vitaminas para os cabelos. “Nossas pesquisas mostram que os brasileiros consomem várias vitaminas e suplementos, o que indica o potencial de público para estes produtos”, afirma ele. Nos salões de beleza, a presença cada vez mais frequente de tricologistas, profissionais que estudam e diagnosticam problemas nos fios e no couro cabeludo, também demonstra a aproximação do universo dos cosméticos com os cuidados médicos.

No mercado internacional, os hairceuticals já possuem uma fatia relevante do mercado. A Kérastase foi uma das pioneiras nesse segmento com o lançamento do Aminexil Force R na década de 1990, um programa de seis semanas para combater a queda dos cabelos. O tratamento concentrado para os fios e o couro cabeludo Initialiste e a linha Densifique, que promete restabelecer a densidade capilar e acelerar o crescimento de novos fios, são alguns dos lançamentos mais recentes da Kérastase na categoria. Seguindo uma abordagem mais natural, a Aveda apostou no Invati, que promete reduzir a quebra – e consequente queda – dos cabelos em até 33%.

No Brasil, a distribuição pode somar pontos a favor da tendência dos hairceuticals, destaca McDougall. “Inspiradas pelos EUA e pela Europa, cada vez mais farmácias e drogarias passam a vender produtos de beleza e cuidados pessoais, o que indica que a comercialização destes produtos pode aumentar”, ele afirma.

Para o consultor da Mintel, a incerteza econômica no país e as faixas de preço podem ser pontos delicados para a inserção dos produtos no mercado, mas os obstáculos serão superadas caso as marcas consigam convencer o consumidor dos benefícios para a saúde dos cabelos. No mercado de produtos para a pele, a eficácia cientificamente comprovada e a ênfase em ingredientes naturais são apelos valorizados pelos brasileiros, segundo ele. “Cerca de 37% dos brasileiros com renda mais elevada acredita que os dermocosméticos são eficazes”.

Mais conhecidos por aqui, os dermocosméticos também podem facilitar a adesão dos brasileiros aos hairceuticals, argumenta McDougall. “Um total de 59% dos brasileiros que usam a internet buscam ‘proteção solar’ na hora de comprar dermocosméticos, e dado o grande interesse por cabelos – no Brasil, é o segundo maior segmento na categoria beleza –, este segmento pode seguir o mesmo caminho”.

Os cuidados com os fios em relação à poluição também entram como atrativo, já que 37% dos consumidores brasileiros demonstraram preocupação com os efeitos dos poluentes. “Portanto, produtos que prometam tratar esse problema e ofereçam proteção solar e atributos antienvelhecimento podem ter um bom apelo no país”, conclui.

O envelhecimento da população e a consequente preocupação com os sinais da idade têm impulsionado uma série de produtos para os cabelos, segundo o Euromonitor. A consultoria internacional não avalia especificamente o mercado de hairceuticals, mas monitora o segmento de produtos para a queda dos cabelos e xampus medicinais, recomendados para psoríase, seborreia e caspa aguda. Entre 2010 e 2015, o mercado de xampus medicinais avançou 37,9% no valor de varejo no Brasil.

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