Um brasileiro pode ter participado de um passo importante na luta contra o vírus HIV. Michel Nussenzweig é imunologista na Universidade Rockefeller (Estados Unidos) e participou do desenvolvimento de uma técnica promissora que foi publicada na revista Cell and Immunity.

     Já é sabido que, embora o corpo humano produza anticorpos capazes de reconhecer o HIV após a infecção, a alta taxa de mutações desse vírus leva à modificações em sua estrutura, a qual o sistema imune ainda não consegue reconhecer por ser inédita para ele. Em suma, é como se o sistema imunológico estivesse sempre atrás na tentativa de combater o vírus e por isso não condições de combatê-lo eficientemente. Esse tem sido o principal gargalo para desenvolver vacinas eficientes.

    No entanto, os pesquisadores acreditam ter dado um passo importante para contornar esse problema: eles "treinaram" o sistema imune de camundongos transgênicos para produzir anticorpos capazes de reconhecer várias formas diferentes do vírus. Segundo Nussenzweig, "... Eles (os anticorpos) não capturam apenas a primeira ou a segunda versão do vírus que eles encontram. Eles retêm a capacidade de capturar todas as mutações do vírus com as quais já tiveram contato".

   O imunologista Willian Schief do Instituto de Pesquisa Scripps (Estados Unidos), outro dos autores do estudo, liderou a equipe que criou uma série de proteínas análogas ao do vírus HIV para "ensinar" o sistema imune dos camundongos. O processo funcionou e a equipe produziu com sucesso um anticorpo de amplo espectro capaz de atacar todas as formas do vírus com as quais ele teve contato

  A vacina ainda está longe, segundo Nussenzweig, mas já é um excelente ponto de partida.

 

Leia mais aqui e aqui!